É que a pandemia fez aumentar os passeios junto à natureza, à paz e ao silêncio, e no Pantanal, além da comida típica, como filé de pintado com creme de cumbaru, carne oreada, caldo de piranha, paçoca de carne de sol com banana da terra, os visitantes poderão caminhar por trilhas solitárias e presenciar cenários bucólicos.
O roteiro gastronômico é assinado por um dos grandes nomes da cozinha brasileira, o chef Paulo Machado, tendo por base os sabores de sua terra natal, o Mato Grosso do Sul.
Paulo publicou no ano passado o livro Cozinha Pantaneira, Comitiva de Sabores.
O passeio é longo e calmo, características pantaneiras, inclui pousadas, hotéis, fazendas e refúgios em cidades como Aquidauana, Miranda, Corumbá, Bonito e a região conhecida por Pantanal da Nhecolândia.
Eu andei muito pelo Pantanal. Fiz reportagens em várias regiões do bioma. Fiquei particularmente encantado com a beleza da Nhecolândia.
No Pantanal, conheci e escrevi reportagens sobre o cavalo Pantaneiro e o gado rústico lá criados.
“A rota vem propor uma imersão nos rituais de alimentação em dez empreendimentos típicos do Pantanal, através da convivência com a população local e da descoberta de suas relações com ingredientes autóctones e técnicas culinárias”, diz Paulo Machado.
O objetivo, acrescenta, é resgatar, preservar e dinamizar a cultura gastronômica, unindo o turismo de experiência focado na vivência individual de cada um através de pequenas oficinas culinárias, numa forma de diversificar a viagem.
Mais, continua o chef : “A culinária pantaneira é extremamente diversa. Pratos feitos no fogão a lenha são a base de uma gastronomia tradicional, que mantém suas origens e atributos. Caminhar pelas matas e campos estimulando os cinco sentidos, se integrando com a fauna e flora e descobrindo novos sabores, aromas, texturas, cenários e sons é o que oferecemos neste roteiro, que prima pelos traços culturais da cozinha sul-mato-grossense, tradição de sabores caipiras, regionais e influenciados pela proximidade com a fronteira do Paraguai e Bolívia.
Haverá passeios pelas baías, vazantes e corixos. De dia, sob o sol brilhante, ou à noite sob o brilho da lua.
O itinerário, pensado e desenvolvido junto com a jornalista gaúcha Tati Feldens e o chef sergipano Moacir Sobral, tem apoio do SEBRAE/MS e da FUNDTUR/MS. Será lançado em dezembro deste ano.
“O pai morava no fim de um lugar/Aqui é lacuna de gente – ele falou: / Quase que só tem bicho, andorinha e árvore”. Manoel de Barros, o poeta do Pantanal.
Crédito da foto em destaque: Divulgação/Elis Regina Nogueira
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