Conversamos com o zootecnista e diretor da Terra Desenvolvimento, Rodrigo Patussi Nascimento, de Campo Grande, MS, para saber um pouco mais sobre a realidade no gerenciamento das propriedades produtivas na agropecuária brasileira. Às vésperas da realização de mais um workshop com palestras sobre o agronegócio no Brasil, o 9º Encontro de Gestores, que acontece nos dia 7 e 8 de junho, Patussi adianta que o foco é a transformação de riscos em oportunidades.
Patussi comenta a respeito dos diversos fatores que hoje vêm contribuindo para potencializar os desafios e dificultar o caminho do produtor na manutenção dos seus resultados econômicos e como reagir a isso.
“Somente uma empresa preparada para gerenciar seus recursos de forma eficiente conseguirá responder a esse cenário e, mais ainda, continuar ‘enxergando’ as oportunidades que possam vir a surgir”, diz ele.
MAB – Nesse próximo encontro de gestores, o senhor irá ministrar uma palestra. Qual o tema? E qual a importância desse assunto tão focado no desenvolvimento do agronegócio brasileiro?
Rodrigo Patussi – O assunto a ser discutido versa em como responder aos riscos e aproveitar oportunidades no negócio agropecuário. O tema merece ser destacado porque estamos vivenciando um constante achatamento da margem na produção agropecuária, provocado pela forte pressão dos custos de produção e volatilidade no mercado das principais commodities.
Podemos citar as intempéries climáticas, geopolítica, pandemia e outros fatores que também contribuem para potencializar os desafios e dificultar o caminho do produtor na manutenção dos seus resultados econômicos. Acredito que e de suma importância discutirmos como reagir a isso, pois somente uma empresa preparada para gerenciar seus recursos de forma eficiente conseguirá responder a esse cenário. E mais ainda, continuar ‘enxergando’ as oportunidades que possam vir a surgir.
MAB – Quais seriam os pontos de destaque para que essa visão possa ser viabilizada, Rodrigo?
Rodrigo Patussi – Segurança produtiva, excelência na execução dos processos e gestão objetiva. Na minha opinião essas são ferramentas indispensáveis para a sobrevivência na atividade.
MAB – Fale um pouco sobre a Terra Desenvolvimento e sua proposta para concretizar essas ideias
Rodrigo Patussi – A Terra Desenvolvimento atua no mercado de treinamentos e consultoria agropecuária desde 1997. A equipe de trabalho da empresa é formada por profissionais que desenvolvem assessoria em todos os estados do Brasil, além de países da América do Sul, como Paraguai e Bolívia. Em 25 anos de atuação, a companhia contribuiu para aumentar a produtividade de mais de 1,3 milhão de hectares, administrando um ativo de cerca de R$ 31 bilhões entre terras e rebanhos. Nesse período, foram mais de dez mil profissionais do agronegócio capacitados pelos treinamentos. Como resultado, tomando o exemplo da última safra, os clientes obtiveram aumento médio de 20% em seu lucro.
Para descrever o propósito da Terra Desenvolvimento Agropecuário, diria que temos como meta potencializar o resultado das empresas agropecuárias, incrementando a utilização dos seus recursos financeiros, produtivos e humanos. A conquista desse objetivo vem da aplicação de um método que promove o aumento da gerenciabilidade das empresas, o que vale dizer, para garantir assim a profissionalização de seu sistema gerencial.
MAB – Neste contexto, o que destaca como prática ao produtor rural a fim de que possa transformar riscos em oportunidades?
Rodrigo Patussi – Gosto sempre de frisar que ‘pensem’ no conhecimento como maior insumo produtivo. Que sigam delineamento de um projeto adequado às suas características e aptidões. Bem como manter-se pautado em indicadores poderosos e método eficiente para alcançar informações e resultados.
Outro ponto importante é a comunicação objetiva para engajar a equipe no alcance dos resultados e fortalecer a cadeia produtiva. Ter em mente a excelência dos processos executados e nunca deixar em segundo plano o desenvolvimento humano, assegurado por uma liderança competente.
“Estamos falando da responsabilidade de implementar nas empresas uma cultura focada em resultados, pessoas e perpetuidade na atividade”
MAB – É preciso manter uma visão macro do setor em concordância com a observação e aplicação de práticas dentro de cada propriedade?
Rodrigo Patussi – Com certeza. Visão econômica, técnica, produtiva e social. Essas visões, ao mesmo tempo gerais e detalhadas proporcionam melhores capacitações para o mercado. A construção da margem está intimamente ligada a excelência dos processos dentro da porteira, atendendo as demandas delineadas no projeto. A competitividade é assegurada pela gestão competente dos seus recursos atendendo as demandas e exigências do mercado.
MAB – Como atua a Terra Desenvolvimento nesse aspecto de assessoria e treinamentos?
Rodrigo Patussi – Ao longo de mais de 20 anos atuando diretamente na profissionalização da gestão de empresas agropecuárias, a Terra Desenvolvimento desenvolveu uma metodologia que garante a implementação de ferramentas objetivas que permitem ao gestor, não somente, tomar decisões assertivas, mas também garantir a execução através de uma equipe realizadora. Com nove unidades de atendimento no Brasil, Paraguai e Bolívia e mais de 60 profissionais capacitados, a Terra assume junto aos gestores a responsabilidade de implementar nas empresas uma cultura focada em resultados, pessoas e perpetuidade na atividade.
MAB – Acredita que as gestões de pecuaristas e agricultores têm se modificado nestes últimos anos? Em quê e por quê?
Rodrigo Patussi – Não somente acredito como o estudo profundo dos indicadores de desempenho de mais de 700 fazendas desde 2009 comprova essa mudança. A pujança do agronegócio brasileiro e sua representatividade mundial, sem dúvida, têm sido cada vez mais sustentadas por avanços no sistema gerencial empregado dentro das propriedades.
“A competitividade é assegurada pela gestão competente dos seus recursos atendendo as demandas e exigências do mercado”
MAB – Em cursos de gestores anteriores promovidos por vocês foram abordadas questões similares?
Rodrigo Patussi – Sim. Acho que existem assuntos dentro do agronegócio que sempre devem ser abordados, até para que seja aquilatado o grau de evolução. O desenvolvimento de pessoas sempre foi o foco da empresa e, para isso, a difusão de tecnologia e metodologia são determinantes. E já foram treinamos mais de 10.000 pessoas na América do Sul com objetivo de capacitá-los na implementação de ferramentas e rotinas gerenciais que levem as propriedades à conquista de seus objetivos.
MAB – Em sua opinião, como esses cursos com palestras e workshops contribuem para o crescimento mais sólido do agro no Brasil?
Rodrigo Patussi – Posso afirmar que o conhecimento é o maior e mais precioso “insumo” para um gestor capaz de elevar o nível produtivo e financeiro da sua atividade. Sendo assim, e seguros que o sucesso do agro no Brasil depende do trabalho bem feito dentro de cada propriedade, temos em sua equipe o grande foco. O trabalho se faz com pessoas que planejam e executam. Daí a importância de buscar orientação, exercitando hoje o futuro do agro na difusão de tecnologia aliada a um método preciso, o que sem dúvida eleva a capacidade de transformação necessária da porteira para dentro.
Por Mara Iasi/Redação Portal Mundo Agro Brasil
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