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Zootecnista de coração

Apontando a profissão escolhida por ela como a que fala ao seu coração, Paola descreve sua história com a zootecnia e ressalta dificuldades e prazeres dessa atividade em sua vida, assim como sua importância no dia a dia de tantas mulheres do agronegócio
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Nascida e criada no interior de São Paulo, caçula de três mulheres, filha de um advogado e uma assistente social, cresci indo pra roça, subindo em árvore, nadando em rio e pegando bicho de pé. Simples, assim! 

Crescer junto aos animais, vendo o dia a dia de uma pequena propriedade rural, despertou em mim o desejo de fazer parte dali e contribuir na melhoria do processo, encontrar novas formas, novas tecnologias e soluções para incremento da produção e de sua lucratividade. Nascia ali, na infância, no curral e em cima de uma árvore o amor pela zootecnia. E, ao longo dos anos, este amor foi crescendo junto comigo. 

Sentir o prazer de estar ali no campo e ver de perto a necessidade de mudanças e crescimento me fez ir atrás de conhecimento. 

Graduada em zootecnia pela UNESP-Botucatu e mestre em Ciência Animal e Pastagem pela USP-ESALQ ainda sigo estudando sem a menor intenção de parar. Às vezes, tenho a impressão de quê quanto mais se aprende mais certeza se tem de que não sabemos nada. O gosto por aprender e melhorar me faz seguir. 

Nestes mais de vinte anos na estrada da zootecnia, vi e vivi as mais diversas experiências. E nestes anos todos, foi a zootecnia que me proporcionou os melhores e piores momentos. Sempre foi ela a responsável por cada descompasso do meu coração. A cada cliente satisfeito, a cada meta superada ou a cada ‘porteira’ fechada, lá estava ele, o coração com sua frequência alterada. Às vezes, um barranco rolado aqui, um atoleiro ali, mas o coração, sempre, dizendo que era pra esta estrada que eu devia voltar. Então, foi o que fiz. Seguindo o coração, foi dentro da zootecnia que minha vida se fez. Direta ou indiretamente, ela construiu minha história e sou grata por isso. Amo o que faço, faço o que amo e faria tudo de novo. Não me vejo em outra estrada, em outra profissão, em outra história. 

A zootecnia faz meus olhos brilharem e meu coração acelerar, mas zootecnia, resiliência e persistência, aqui, andam de mãos dadas. Três substantivos chaves e o tripé da longevidade para as mulheres que se aventuram em viver esta profissão. Para entender, basta olhar as equipes das mais diversas empresas do agro nacional e ver que, em 100% delas, não há 5% de mulheres entre seus colaboradores técnicos e comerciais. Porém, na semana do dia 08 de março, não nos faltaram elogios. Vi líderes, diretores, CEOs “soltando o verbo” ou, mais do que isso, soltando adjetivos a nós, mulheres do agro. Reconhecimentos que me deixaram feliz, mas gostaria de ver estas opiniões refletidas em suas contratações. Afinal, esta é uma realidade, ainda, pouco presente e precisamos nos empenhar além, em busca de um “lugar ao sol”. Entretanto, com paciência e persistência, aos poucos, vamos conquistando espaço, mostrando competência e dizendo a que viemos. Fazemos bonito e entregamos resultados. A cada ano, um número maior de mulheres chega ao campo, aos cargos de gestão, de liderança e de planejamento dentro do mundo agro brasileiro. São as mulheres trazendo um novo prisma ao agronegócio.  

Aos poucos, o cenário agro nacional vai ganhando cor, mais vida, mais movimento e uma nova cara. Aos poucos, mais mulheres juntam-se a nós para mostrar ao mundo que uma nova forma de pensar, de agir e de trabalhar nos torna cada dia melhores no que fazemos. Produzir alimentos. ‘Farmer’ na essência, zootecnista de coração. 

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