Embora já se tenha avançado muito no que diz respeito à produção de alimentos para consumo humano, grande parte da população mundial, ainda, é de famintos. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial ultrapassou os 7,5 bilhões de habitantes e a previsão é que em 2050 seremos mais de 9,2 bilhões ocupando o planeta. Para garantirmos a segurança alimentar e o fim da fome dessa população que não para de crescer devemos aumentar nossa produção de alimentos em 70% nos próximos anos.
Neste contexto, o Brasil tem grande importância, afinal, além de sua vasta extensão, clima e geografia propícios para produção agrícola, possui o maior rebanho comercial do planeta, sendo o segundo em números absolutos na produção de carne. Porém ainda detém uma taxa de desfrute inferior à sua capacidade.
De acordo com o informativo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de pastagens brasileira possui, aproximadamente, 200 milhões de hectares com um rebanho perto de 210 milhões de cabeças. Estes dados mostram a imensa oportunidade de crescimento da produção animal nacional, mas quem não mede, não cresce.
Temos potencial para ampliar nossa produção de proteína de origem animal e garantir a segurança alimentar da população, mas, para isso, precisamos lançar mão de consultorias qualificadas, orientações corretas e ajustes necessários dentro da propriedade.
Para aumentarmos nossa produção e, principalmente, nossa produtividade, é preciso conhecer como estamos produzindo, usar e abusar das pesquisas e tecnologias que estão a nossa disposição, ter orientação e acompanhamento de um zootecnista e aprender a medir. Precisamos saber o que produzimos, quando produzimos e como produzimos, mas, acima disto, precisamos saber o que deixamos de produzir, quando deixamos de produzir e por que deixamos de produzir. Precisamos medir. Estas informações coletadas e trabalhadas por uma assessoria zootécnica de qualidade, somadas ao uso de tecnologia e uma boa visão estratégica de negócio são fundamentais para crescermos e atingirmos nosso máximo potencial.
Precisamos trabalhar em conjunto para que a pecuária nacional se desenvolva nos mesmos passos da agricultura. Agricultura que cresceu a passos largos nos últimos anos, graças ao conhecimento, ao investimento em técnicos e tecnologias e, hoje, colhemos super-safras de grãos monitoradas via satélite com números que não param de avançar. Para seguirmos os mesmos passos e melhorarmos nossa taxa de desfrute na pecuária, é preciso deixar de lado conceitos e tradições de décadas atrás. Afinal, o mundo não permite mais amadorismo quando o assunto é agronegócio e segurança alimentar. O mundo, agora, gira mais rápido, mais exigente e mais inovador. Novos conceitos, exigências e tendências ditam uma nova forma de produzir e lucrar. Quem não se atualizar, não investir e não entender que “porteira a dentro” é empresa e deve ser tratada como tal, será engolido pelo mercado.
O consumidor de hoje pede qualidade e sustentabilidade no que consome, enquanto o produtor precisa se aprimorar em busca lucratividade e, para equacionar este desafio de forma equilibrada, precisamos conhecer e entender a realidade dentro de cada fazenda, a fim de usarmos as ferramentas adequadas no momento certo. A época de “desmatar, soltar o boi em qualquer pastagem e retirar depois de anos” ficou para trás, bem para trás. O mundo não tem mais espaço para o velho “extrativismo”. Muitos já estão no caminho certo, mas, para chegarmos bem em 2050, é preciso que todos estejam. É preciso que todos entendam a necessidade dos adequados manejos. É preciso de pastagem, manejo nutricional e sanitário no seu rebanho a fim de retirar o máximo que ele tem a oferecer.
Temos condições de ampliar nossa produção utilizando as atuais áreas de pastagem. Onde o suporte de um zootecnista, neste momento, é fundamental para medir, conhecer e aplicar as melhores técnicas para isto. Para crescer, precisamos medir.
Por Paola Gabarra
Crédito da foto: Divulgação
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