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Expectativas para o segundo semestre e o cenário atual da situação das carnes no Brasil

Em sua estreia como colunista do portal MAB, Rogério Luiz Iuspa, Diretor Comercial e Marketing da Polinutri Nutrição e Saúde Animal, fala sobre a retomada de preços e reduções de custos da produção de carnes com o aumento da demanda do segundo semestre em decorrência do avanço da vacinação contra a Covid-19
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Expectativas para o segundo semestre e o cenário atual da situação das carnes no Brasil
Crédito da foto: Divulgação

Iniciamos o segundo semestre de 2021 cheios de expectativas e com cara de novos tempos. Mudanças estão acontecendo na saúde pública, na economia, nos investimentos e, por fim, na vida das pessoas.  

Claro que o maior desejo dos brasileiros é a vacinação e esse assunto é de suma importância. Desde já, ratifico a necessidade de todos vacinarem contra o maldoso COVID-19, que ceifou mais de meio milhão de vidas nessa pandemia. Entre tropeços do governo e nossa necessidade de termos que buscar a vacina, qualquer uma que seja, confiamos na ANVISA que as aprova com muito critério e senso de urgência. 

Após a vacinação tudo volta quase ao normal, comércio abrindo, empresas funcionando e a retomada do emprego e com tudo isso a esperada renda. O dinheiro volta às mãos dos brasileiros e o consumo retoma seus caminhos anteriores a pandemia.  

Para os produtores de proteínas (frango, suíno, ovos, peixes e camarões), o impacto é muito grande com tudo isso e mais outros fatores como a redução do dólar, a patamares de R$ 5,20, desestimulando produtores de milho e soja a exportarem. Com isso existe maior disponibilidade desses produtos no mercado interno e os preços tendem a cair.

Antes da pandemia, o milho estava a R$ 60,00 e hoje está na casa dos R$ 110,00. Já o farelo de soja estava cerca de R$ 1.200,00 a tonelada e passou a R$ 2.700,00. Esses ingredientes compõem mais de 80% da ração de aves e suínos, por exemplo.

A queda do dólar traz outros benefícios como ingredientes de premix, núcleos e outros insumos que são importados e tem seus preços diminuídos em reais. A vida dos produtores não tem sido fácil. Os preços dos produtos deles não aumentou proporcionalmente, o que fez com que muitos trabalhassem no vermelho por meses a fio.

O fechamento de restaurantes e churrascarias impactou no mercado de carnes, além da redução de renda, fazendo com que o brasileiro comprasse menos carnes. Contudo, a carne bovina foi exceção porque é um produto de exportação e seguiu a trajetória do milho e da soja, o que fez o preço da carne bovina subir muito por aqui. O leite precisou importar produto para manter o abastecimento, mas os preços estão instáveis. 

Fatores econômicos ajudam um pouco o cenário. Apesar da subida da taxa SELIC para 4,25%, com tendência de aumentar em agosto e nos meses seguintes. Esse fato acontece para frear a taxa de inflação que desde maio vem em escalada, chegando a 8,13% de maio/20 a jun/21.

Mas este fato interfere também nas taxas de investimentos e acaba contribuindo para a queda do dólar, explico… A perspectiva de redução de juros americanos e aumento de juros no Brasil fez com que investidores que tinham dinheiro nos EUA trouxessem esse recurso para o Brasil, trazem em dólares e precisam vende-los e comprar reais para aplicar no Brasil. Muitos dólares à venda faz a cotação baixar, a velha lei da oferta e da procura, muita gente vendendo a mesma coisa faz cair o preço. Apesar desse fato há projeções de dólar na casa dos R$ 5,00. 

Em resumo, população vacinada e com dinheiro na mão, comércio aberto, redução de preços de carnes e ovos vira aumento de consumo e melhor situação dos produtores de proteínas. 

 Por Rogerio Luiz Iuspa, Diretor Comercial e Marketing Polinutri Nutrição e Saúde Animal
Crédito da foto: Divulgação

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