Dizem que quando dois estribos se tocam, uma amizade se sela. Eu não poderia concordar mais com esse dito popular.
Tenho poucos amigos, a maioria deles da época do colégio. São aqueles irmãos que a vida te dá e que, como dizia minha avó, já comeram alguns quilos de sal com você. Hoje em dia, não nos vemos muito devido as guinadas que a vida dá. Mas quando nos encontramos, nada mudou. Conhecemos a intimidade de cada um, já nos “salvamos” tantas vezes, não é preciso dizer nada, simplesmente temos certeza que podemos contar um com o outro, e acredite, essa confiança já foi posta à prova muitas vezes durante a juventude.
Entretanto, confesso que depois de maduro, fora da família, não consegui mais angariar nada além de bons colegas de faculdade, trabalho, etc.
A exceção de meus amigos de sela!
Em que outro ambiente um completo estranho mandaria fazer uma festa de aniversário para você, no meio do mato, juntamente e de iguais proporções a do seu pai de 80 anos, simplesmente porque soube que cairia no mesmo dia?
Em que outro ambiente você receberia uma ligação dizendo: “Estou parando de criar, meu irmão. Posso te mandar minha tropa toda, o que fiz de melhor durante mais de 10 anos de criação? Se der um dia pego de volta.” A Resposta: “Dorme em paz, seu tesouro está guardado, e mais, será multiplicado tal qual fez o bom servo na parábola do Senhor.”
Quantos bons conselhos, sacrifícios, puxões de orelha sinceros, provas de confiança… Poderia escrever livros sobre os causos que só verdadeiros amigos podem contar uns dos outros.
Agradou a Deus me dar mais alguns irmãos temporões, tardios, mas que assim como os primeiros posso dizer, Amigos.
Não sei se foram os milhares de quilômetros rodados juntos, lado a lado nos cavalos. As noites de expedição dormidas juntos ao relento em barracas. Os pratos de comida cozinhados na fogueira pelas beiras de rio. Ou se é simplesmente o interesse comum que nos colou, mas de fato o cavalo proporciona amizades que são para a vida inteira.
Mais uma que devo aos meus companheiros de quatro patas!
Por Luiz Alberto Patriota
Crédito da foto: Divulgação
Leia outras colunas no portal MAB