Nada melhor para falar sobre o terceiro eixo que sustenta o líder agro de alto impacto do que começar com uma frase falando em semear! Já falamos sobre o líder propositivo (olhar fora da porteira), o líder servidor (olhar dentro da porteira) e agora o foco será o líder em construção (foco em si). É fundamental reconhecer o peso da própria mão na hora de preparar o solo do seu desenvolvimento.
Esse é o eixo da autocritica, de entender-se em desenvolvimento contínuo para poder agir de acordo com suas escolhas.
Todo líder iniciou sua carreira liderando a si mesmo, sem equipe, utilizando seu conhecimento/técnica como diferencial competitivo. Costumo comparar essa fase a um foguete que decola graças à força de seu propulsor. A competência técnica é esse propulsor no inicio de carreira. Nos sentimos realizados e reconhecidos e assim vamos acelerando nesse novo mundo profissional. Porém, quando sai da atmosfera e começa a orbitar, o propulsor deixa de ser necessário e por isso é preciso deixá-lo para trás, ir desacoplando em estágios durante a subida. Caso contrário, aquilo que o levou ao espaço pode se tornar uma ancora e derrubá-lo com força no chão.
O mesmo ocorre com o líder. Graças a sua competência técnica, ele é promovido a ser o líder não mais de si apenas e sim de outros. E começa a orbitar na gestão. Aos poucos a técnica deverá ser substituída por gestão, pois agora os resultados serão obtidos não mais diretamente por ele e sim por seu time. Parece uma mudança pequena, mas os “requisitos” agora são completamente diferentes. É como pegar um excelente técnico de plantio e levá-lo para cuidar da colheita. É preciso reaprender, reconstruir, pois, o que te levou até este ponto, poderá não levá-lo até o próximo.
Além de ter clareza sobre o que o cargo demanda e quais são as suas entregas, é preciso saber quem você é e quais são suas necessidades de desenvolvimento. É como montar um quebra– cabeça e descobrir que algumas peças estão faltando. O bom nisso tudo é que quando você descobre, é porque já está no caminho de preencher este espaço em branco, o chamado gap de liderança.
Existe uma ferramenta de análise comportamental, chamada assessement, que utilizo na mentoria com intuito de identificar estes gaps e também identificar os descarrilhadores, aquilo que literalmente nos tira dos trilhos sob situações de stress. A primeira parte fala muito de quem é você, já a segunda demonstra quem você pode se tornar sob pressão, aquele momento que o sangue ferve. Pois é, o sangue vai continuar fervendo, mas você aprende a identificar estes momentos e a evitar sair dos trilhos, pois é ali onde você é mais forte e capaz. No meio do incêndio e descarrilhado, você terá dois problemas para lidar, reduzindo suas chances de sucesso.
Todo esse processo leva tempo, pois você identifica os problemas na sua base, no seu solo, faz uma desconstrução e preparação deste, planta novos conceitos, irriga com conhecimento e cultiva com a experiência. Tudo tem sua ordem e seu tempo, não adianta acelerar e, muito menos, ficar sentado esperando. É preciso manter-se em movimento e evolução. Há um termo corrente hoje chamado lifelong learning, que nada mais é do que aprendizado durante toda a vida.
O trajeto, a estrada para uma liderança de sucesso está sempre com obras de melhorias, mas é melhor assim do que estar fechada na espera da perfeição.
Se você escolheu ser líder, então se torne um! Seu time agradece e sua realização será sua recompensa. Ninguém nasce sabendo, mas todos podem ser melhores do que ontem.
Como digo no meu programa de mentoria High Impact Leader: cada um terá a vista da montanha que desejar subir.
VQV!
Crédito da foto: Divulgação/Canva
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