A avaliação de alergias em equinos pode ser algo difícil. Há várias ressalvas que proprietários e veterinários devem ter em mente enquanto interpretam resultados de testes de alergia. Não é incomum que cavalos reajam a, pelo menos, um dos alérgenos no painel alérgico. Em outras palavras, cavalos normais podem ter reações positivas a alérgenos a que normalmente eles não são alérgicos.
O painel de alérgenos usado no teste pode não conter as substâncias a que o cavalo apresenta maior alergia, o que significa que o agente a que o cavalo é alérgico pode não ser testado. É muito importante consultar um dermatologista veterinário para interpretar o teste de alergia, para determinar se há necessidade de hiposensibilização por meio de injeções antialérgicas e para definir quais alérgenos devem ser incluídos na hiposensibilização. Os painéis de alergia devem ser customizados para áreas geográficas específicas, uma vez que esses painéis são geralmente baseados nos alérgenos humanos mais comuns em uma região. Portanto, os animais devem ser testados por dermatologistas veterinários que atuem na região onde o cavalo reside para garantir que ele seja testado para os alérgenos mais comumente encontrados.
Estudos mostraram que o método de diagnóstico mais confiável para alergia equina é o teste intradérmico de alergia. Esse teste envolve a injeção de alérgenos como bolor e pólen na pele do cavalo. O dermatologista procura por reações na pele (erupções ou pápulas) e as monitora por várias horas após a injeção. As pápulas maiores indicam que alérgenos devem ser usados na hiposensibilização. Normalmente, esse teste é realizado na região lateral do pescoço do cavalo, e os pelos são tosados numa área de tamanho semelhante ao de uma folha de papel. Cavalos testados não devem ser tratados com corticóides ou anti-histamínicos por várias semanas antes do teste para permitir resultados mais confiáveis.
Os testes de alergia que usam soro não se mostraram tão confiáveis quanto os testes intradérmicos de alergia. O problema mais significativo com os testes sorológicos de alergia é que os anticorpos mais importantes para as reações alérgicas (IgE) são mais abundantes na pele do que no sangue. Os anticorpos IgE na pele são encontrados em mastócitos que se rompem e causam vermelhidão, dor, inchaço e coceira que ocorrem quando os anticorpos encontram seus alérgenos. Essas são as reações que são avaliadas durante o teste intradérmico de alergia, e o teste é baseado nesse princípio.
De difícil diagnóstico
A alergia a alimentos em cavalos é rara e extremamente difícil de diagnosticar. Isso é confundido em testes de alergia que, frequentemente, mostram hipersensibilidade a algo que o cavalo normalmente come. Sinais clínicos de alergias alimentares incluem erupções, coceira e possíveis traumas devido a arranhões. O único método seguro de testar para uma alergia alimentar é remover completamente o alérgeno alimentar suspeito da dieta do cavalo por um período de 4 a 8 semanas e observar o aumento ou diminuição nas erupções ou coceiras.
Se um alérgeno alimentar específico não puder ser apontado, um modo prático de iniciar um teste de alergia alimentar é remover o concentrado (ração) e todos os suplementos da dieta do cavalo. Idealmente, se o cavalo responder bem, o alimento suspeito é oferecido novamente para ver se os sinais clínicos retornam. Entretanto, poucos proprietários se dispõem a desafiar o cavalo, especialmente se o mesmo melhorou com a mudança alimentar. Cavalos alérgicos são geralmente sensíveis a mordidas de insetos e alérgenos inaláveis como bolor e pólen. O controle de insetos é essencial no combate às alergias.