De acordo com informações divulgadas pelo IBGE, no mês de julho o preço das frutas aumentou no Brasil, ainda que o país tenha apresentado a primeira deflação (variação negativa) desde maio de 2020. Desta forma a inflação oficial ficou em -0,68%, enquanto elas subiram 4,4% no mês, segundo informações do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
No último ano, o preço das frutas subiu 35,36%, já nos últimos 6 meses de 2022, aumentaram 13,15% acima da inflação geral, que chegou a 4,77% no mesmo período.
Dessa forma, os maiores aumentos no último ano foram:
- Mamão – 99,39%
- Melancia – 81,60%
- Morango – 73,86%
- Melão – 61,15%
- Manga – 47,51%
- Banana d’água – 42,87%
- Banana prata – 35,71%
- Maracujá – 36,70%
- Tangerina – 32,52%
- Maçã – 25,94%
Assim, as únicas que ficaram mais baratas foram o limão (-12,74%) e a laranja baía (-5,24).
Por que as frutas estão mais caras?
Primeiramente, o custo para os produtores agrícolas é alto, assim, este é um dos principais motivos para o aumento no preço das frutas, de acordo com Maria Luiza Zacharias, diretora de novos negócios na Horus, uma empresa de inteligência de mercado.
Dessa forma, entre esses custos, pode-se citar os fertilizantes. Isso porque o Brasil importa esse produto para a Rússia, portanto, devido ao conflito no país, os preços tiveram um aumento considerável.
Além dos fertilizantes, o diesel, usado nos caminhões que transportam os alimentos, também foi um catalisador para que as frutas ficassem mais caras. Ainda que o preço de alguns combustíveis tenha caído, como a gasolina (-15,48%) e o etanol (-11,38%), o mesmo não aconteceu com o óleo diesel, que ficou mais caro (4,59%) no mês de julho.
Vale ressaltar que no inverno algumas frutas têm entressafra (período entre uma safra e outra), como maracujá, mamão papaia, melancia, melão, banana e manga. Assim, esse período, de acordo com Matheus Peçanha, economista da FGV (Fundação Getúlio Vargas), faz com que o preço das frutas aumente.
Isso porque quanto menor a quantidade de frutas disponíveis no mercado, maiores ficam os preços. Contudo, o clima quente e seco faz com que o consumo de frutas como melancia, mamão e manga aumente, o que também aumenta os preços desses alimentos.
Portanto, devido ao crescimento da demanda, houve uma redução de 21,22% na oferta da melancia e de 19,21% do mamão formosa. Esses dados têm como base este mesmo período de 2021, segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
Além disso, segundo o índice interno da Ceagesp, o mês de julho teve queda de 2,38% nos preços dos produtos vendidos. Entretanto, as frutas foram os únicos alimentos que sofreram aumento de 3,06% entre todos os produtos pesquisados (frutas, verduras, legumes e pescados).
Fonte: Seu Crédito Digital
Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil