Milho: seu uso para alimentação animal representa 70% no mundo

26 de maio de 2022

Só no Estado de São Paulo, neste ano de 2022, o IEA, prevê uma safra 64% maior que a safra anterior e, mesmo assim, a quantidade produzida de milho ainda é insuficiente para alimentar o rebanho suíno e de avicultura
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Milho: seu uso para alimentação animal representa 70% no mundo
A safra de milho deste ano no Estado de São Paulo pode alcançar 2,6 milhões de toneladas caso se mantenham as condições climáticas – Foto: jcomp/Freepik

O uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Depois de seu valor alimentício tornar-se conhecido, passou a ser plantado em escala comercial e espalhou-se desde a latitude de 58º Norte (União Soviética) até 40º Sul (Argentina).

Esta semana (24/05) foi comemorado o Dia do Milho, uma das culturas mais antigas do mundo, com evidências de que ela seja cultivada há mais de 7 mil anos. Com origem nas Américas, o milho foi levado para a Europa, na época dos Descobrimentos, e até chegar, nos anos 1970, ao Mato Grosso, maior produtor do cereal no Brasil, muita história já foi descoberta sobre ele e seu grande valor comercial em todo o mundo.

Atualmente, Mato Grosso é o maior produtor do cereal no país, com uma produção de 21 milhões de toneladas por safra. Em 2023, seu cultivo deve atingir 5,7 milhões de hectares. O milho é responsável por 6% das calorias consumidas pela população humana em todo mundo, sem contar a ração animal e os alimentos processados.

Seu papel fundamental para as produções de aves e suínos paulista é tão destacado no agronegócio, que quase nos esquecemos do seu tradicional consumo humano, onde ele é também um dos protagonistas. Pipoca, pamonha, curau, canjica, polenta, cuscuz e milho cozido são alguns dos produtos típicos nas festas juninas, embora sejam consumidos durante o ano todo. 

Milho: Previsão da safra 2021/2022 no Estado de São Paulo

Neste ano de 2022, o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), prevê uma safra 2021/2022 no Estado 64% maior que a safra de 2020/2021, alcançando 2,6 milhões de toneladas caso as condições climáticas se mantenham.

Mesmo com a expectativa de aumento de produção, a quantidade produzida ainda é insuficiente para alimentar o rebanho suíno e de avicultura que, juntos, consomem 9 milhões de toneladas de grãos.

Para vencer o desafio de ser autossuficiente na produção de milho, a SAA tem investido em modelos de Sistema Integrado de Produção (ILP) que permite que lavouras de grãos e a de pastagem para a pecuária possam ocupar o mesmo espaço geográfico e serem bons parceiros para o solo. 

Atualmente, o Estado possui 1,3 milhões de hectares de pastagem com algum nível de produção de Sistemas Integrados e o Estado pretende, por meio de investimentos e parcerias, ampliar para 2,3 milhões de até 2030. 

A SAA tem papel fundamental também em outro projeto de expansão da produção de milho, o Milho+ SP, que visa ampliar a produção do grão no estado de São Paulo para 11 milhões de toneladas até 2030 por meio do fomento à adoção de tecnologias em pequenas propriedades para o aumento da produção do milho por grandes empresas do agronegócio instaladas no Estado. A iniciativa pretende impactar 100 mil agricultores, em 1 milhão de hectares.

Com o intuito de dar acesso a crédito ao produtor, o Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) da SAA disponibiliza linhas de crédito assistido de até R$ 300 mil que podem ser pagos em até 96 meses, com carência de 24 meses, e juros de 3% ao ano quando o produtor integra grãos em sua produção. 

Com todas essas iniciativas as festas juninas terão sua pipoca garantida e a produção de suínos e aves poderá se expandir ainda mais no Estado, reduzindo a logística e os custos que afetam da cadeia produtiva à mesa do consumidor.

No Brasil há otimismo com a segunda Safra

Uma forte onda de frio passou pelo Brasil na semana passada, mas apenas algumas regiões produtoras do Paraná, de Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais registraram geadas. Segundo agentes do Cepea, o fenômeno climático aconteceu com intensidades de baixas a moderadas, o que não deve resultar em grandes quebras na produção.

Diante disso, agentes consultados pelo Cepea voltaram a se mostrar otimistas com a segunda temporada do cereal. Quanto às negociações, seguiram lentas, tendo em vista que agentes estiveram atentos ao clima frio e aos possíveis impactos sobre a produção.

No geral, parte dos compradores se mostrou abastecida e à espera da colheita da segunda safra. Vendedores, por sua vez, estiveram afastados do spot, de olho no campo.

Fonte: SAA/Cepea

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