Suplementação está em evidência há muitos anos. Pois bem, e quais seriam as vantagens desse sistema? Vale ressaltar que cada propriedade tem sua característica, sua topografia, sua localização, seu tipo de solo. Não quero aqui generalizar, mas falar um pouco das vantagens de suplementar ou iniciar uma suplementação a pasto em sua fazenda. Como já descrevi em artigos anteriores, suplementar é completar o que o pasto está fornecendo em determinada época do ano, e esta que estamos passando é uma das mais críticas. É possível sim tirar proveito de onde temos um mínimo de matéria seca disponível das pastagens como fonte de volumoso. E possível também, com isso, em vez de perder ou manter o peso dos bovinos, até ganhar carcaça.
Quais seriam então as vantagens de se implantar tal sistema que comumente chamamos de suplementação a pasto ou semi confinamento?
– aumento da taxa de lotação (animais/ha)
– custos fixos quase não se alteram com aumento da lotação
– aumento da produtividade por área (@/ha)
– utilização da mesma área sem novas aberturas/bom para meio ambiente
– aumento da lucratividade
– redução da idade média de abate
– maior giro de estoque (maior taxa de desfrute)
– melhor rendimento de ganho de carcaça
– melhor controle da altura das pastagens/pelo efeito de substituição
– direcionamento de abates para épocas de melhores preços (sazonalidade da produção)
– programação de abates mensais ou outros
– utilização de novas tecnologias (implementos, balança eletrônica, misturadores, etc.)
– utilização de resíduos da agricultura e ou agroindústrias (interação)
– outras vantagens que vêm com o processo em andamento
No entanto, pode haver algumas desvantagens, como um alto investimento inicial, por exemplo, em cochos, armazenamento, maquinário, estar longe de regiões agrícolas produtoras de grãos e coprodutos, não programar compras antecipadas na safra e não estocar e, o mais difícil, na minha opinião, é o pecuarista impor dificuldades. Esse é um grande entrave para se iniciar no sistema.
E o que seria necessário pra implantar o sistema de suplementação?
– ter objetivos de produção definidos (@/ha/ano, ganho @/animal ano, custo da @ produzida)
– planejar com antecedência a quantidade de animais a serem suplementados
– ver se o acesso à propriedade é favorável (pontes, estradas, etc.)
– ver a proximidade de centros produtores de matéria prima (raio de max. 600 km)
– dimensionar quantidade e tipos de cochos a serem usados e comprá-los ou produzi-los na própria fazenda
– ter bons locais para armazenamento da matéria-prima (controle de umidade)
– imprescindível ter água de boa qualidade e em locais estratégicos
– construir módulos e praças de alimentação
– ter balança no curral
– comprar a matéria-prima no momento certo (ex: pico de safras) e estocar, se possível, a quantidade a ser usada no ano todo (ou conseguir recebimento periódico por contrato com a indústria ou armazém fornecedor)
– interagir coma equipe de trabalho, dando-lhe condições de segurança (ex: EPIS)/comprometimento
– procurar financiamentos para compra de insumos, implementos, construções de armazéns, instalações e outros, disponíveis em cada estado (ex: FCO, Custeio Pecuário, Moder Frota, ABC, BNDES, outros).
Enfim, uma coisa eu digo, quem inicia um sistema como esse, dificilmente quer voltar para trás. Essa é a dica!