Liderança de Alto Impacto -O Agro precisa avançar – Parte 2

“Tradição não é venerar as cinzas e sim de preservar o fogo.” Gustav Mahler
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Como podemos constatar que 68% dos líderes empresariais têm suas forças baseadas nas técnicas, na dinâmica dos negócios, no manejo, na lida e menos na condução das pessoas para atingir resultados. É completamente normal quando entendemos o que nos trouxe até os dias de hoje, os modelos de gestão e de negócios, a definição do “como” chegar aos resultados devido ao contexto de outros tempos. Porém, dispensa dizer que o mundo mudou muito e essa é a única variável constante da equação do agronegócio. Vai continuar mudando. Assim como os valores que a sociedade reconhece, preza e paga por eles.

É por esse motivo que abro este artigo com a frase sobre o fogo e as cinzas. É preciso equilíbrio entre os fundamentos do passado e as novas demandas crescentes do futuro. É olhar para as cinzas, valorizar os fundamentos e a história, mas com a intenção de manter a chama do negócio agro, cada vez Nesta segunda parte irei abordar as características que compõem um Líder de Alto Impacto no agronegócio.

Ouço muito, principalmente nos bastidores do mundo agro, que “esse negócio de liderança é até legal, mas no mundo real, precisamos de alguém que traga resultados a qualquer custo”. O saber fazer, o hands on (no agro é mão na massa mesmo), é muito valorizado, não apenas por ser uma competência técnica relevante, mas também por uma questão emocional muito dominante. Ser filho da terra é um orgulho que não nos cabe. Sou neto e sobrinho de produtores agrícolas e tenho profunda paixão pelo agro, mas também me apaixonei pelo negócio.

Pois é, o Agro é pop, é tech, é tudo, mas é também negócio.

O agronegócio que trilha o caminho do sucesso precisa ser economicamente, socialmente e ambientalmente bem conduzido e equilibrado. E essa condução pressupõe um líder multidisciplinar.

Um mapeamento sobre alta liderança, feito pela Betania Tanure (Tanure Associados), que ouvi recentemente, apresenta a seguinte leitura que plotei neste gráfico abaixo:

grafico

mais acesa em direção ao futuro.

“É preciso equilíbrio entre os fundamentos do passado e as novas demandas crescentes do futuro”

Como definimos na parte 1 deste artigo, liderar é gerar resultados. Vale a pena, então, aprofundar o entendimento no quadrante dos 7% que possuem um cardápio variado de liderança equilibrando as competências técnicas e paixão agro com as de desenvolvimento e atingimento de resultados através das pessoas. Destes 5%, além das características multidimensionais citadas, há uma amplitude de visão quanto à sociedade e ao meio ambiente. Eles olham para sua empresa, mas também para o bem comum. São os líderes que chamo de Alto Impacto. É um número ainda pequeno, mas crescente e, com o contexto de crise atual, aparece uma ótima oportunidade de aumentá-lo ainda mais.

Hoje, os consumidores, principalmente os mais novos, valorizam e cobram as marcas e empresas quanto ao posicionamento em relação à sociedade e sustentabilidade. As organizações que estão sendo reinventadas pelos Líderes de Alto Impacto já têm colhido ótimos frutos com resultados consistentes e duradouros, assim como a sociedade onde essas empresas estão inseridas.

Um Líder de Alto Impacto está baseado sobre três grandes eixos:

1. Visão de Mundo

É o eixo que torna o líder mais propositivo. Dentro dele há competências de inovação, visão de negócios, mapeamento de curvas de valor e entendimento profundo de negócios sociais. É o olhar além da porteira.

2. Relações do Trajeto

É o eixo que traz a face de líder servidor. Reconhecer e entender sua história, mapear sua rede de relações construtivas e seus valores, ter clareza sobre seus limites e propósitos. É reconhecer o valor da comitiva e o papel de cada um no trajeto.

3. Ação sobre Escolhas

É o eixo da autocritica e contínua construção do líder, afinal, tudo munda o tempo todo. Ter clareza sobre o seu status no pipeline de liderança, mapear seus gaps e descarrilamentos e construir uma rede de feedback multidisciplinar. É reconhecer o peso da mão na hora de preparar o próprio solo para plantar seu próprio desenvolvimento.

Há metodologia e muitos estudos sobre cada um desses eixos que utilizo na mentoria e que desenvolvi durante minha carreira como executivo.

No próximo artigo vou aprofundar cada um desses três eixos.

VQV! Liderança de Alto Impacto! Gente é Agro!

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