No fim da semana passada, um caso da doença de Newcastle em um aviário comercial no Rio Grande do Sul gerou fortes reflexos para os frigoríficos na B3, com preocupações no mercado de aves, o que resultou no Ministério da Agricultura decidindo pelo autoembargo nas exportações do Brasil.
Entre os reflexos da doença que devem ser vistos para o setor de carnes, a Genial Investimentos destaca os seguintes pontos:
- China costuma usar esses tipos de casos para controlar preços, algo parecido com o que aconteceu ano passado em meio ao caso de mal da vaca louca no Brasil, que resultou em uma suspensão de 30 dias para os embarques;
- BRF (BRFS3) deve ser a empresa potencialmente mais afetada por restrições nas exportações, seguida da JBS (JBSS3) (devido a exposição pela Seara) e Marfrig (MRFG3) (devido ao fato de ser controladora da BRF);
- Minerva (BEEF3) pode ser afetada, junto da JBS, como reflexo de possível pressão negativa no preço de venda da carne de boi, diante do redirecionamento das exportações de carne de frango para o consumo interno.
A receita dos embarques representa 13,82% do total das receitas com exportação de carnes do Brasil (US$4,5 bilhões) e 14,1% dos 2,5 milhões de toneladas exportadas.
“Proibições preventivas de exportação podem levar a um excesso de oferta no Brasil, afetando principalmente a BRF e a JBS. Atualmente, 25% da receita da BRF e 6% da receita da JBS vêm das exportações de frango. A JBS pode mitigar as perdas por meio de suas subsidiárias nos EUA e na Europa, já a BRF possui menos opções de redirecionamento”, explicam Igor Guedes, Rafael Chamadoira e Iago Souza.
No atual cenário, a Genial Investimentos recomenda compra apenas para JBS (R$ 35) e Minerva (R$ 9), enquanto que mantém sua visão neutra para BRF (R$ 17) e Marfrig (R$ 10).
Por Money Times
Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil