É uma pequena revolução para o bem-estar animal na avicultura alemã. A partir de 1º de janeiro de 2022, o abate de pintos machos será proibido nas granjas da Alemanha. Os membros do Bundestag aprovaram uma lei para esse efeito na quinta-feira, 20 de maio. Agora deve ser aprovado pela câmara alta do parlamento, o Bundesrat.
Segundo a autora deste artigo, Roberta Züge, membro do CCAS – Conselho Científico Agro Sustentável, a ministra alemã Julia Klöckner declarou que o país será o primeiro do mundo a banir a prática de matar pintos pelo simples fato de nascerem do sexo errado, nomeadamente do sexo masculino. Para ela, essa técnica é antiética e contrária ao bem-estar animal. Também acredita que outros países seguirão o exemplo germânico.
Com isto, a Alemanha proíbe uma prática que resulta todos os anos, através do Reno, na morte – mais frequentemente por gás – de 45 milhões de pintos machos de galinhas poedeiras. Incapazes de colocar ovos e crescendo muito lentamente em comparação com os frangos, eles são considerados não lucrativos.
A partir de 1º de janeiro de 2022, os criadores de galinhas poedeiras terão, portanto, duas opções: criar os pintos machos ou investir em máquinas que lhes permitam determinar o sexo dos pintos antes de eclodirem, ou seja, realizar a sexagem, a separação de machos e fêmeas.
O governo federal investiu oito milhões de euros para acelerar as pesquisas nesta área. Atualmente duas técnicas foram comprovadas visando o bem-estar animal na avicultura. Desenvolvida na Alemanha, o processo consiste em perfurar a concha no nono dia da postura, colher uma amostra de soro e testá-la. Desenvolvida na França, a espectroscopia permite identificar o sexo por transparência, sem furar a casca.
Essa lei é um dos resultados de uma decisão do Tribunal Administrativo Federal que, em 2019, colocou o bem-estar animal acima dos interesses econômicos. Em princípio, o texto suscita pouca oposição. Mas as críticas dizem respeito à sua implementação e, em particular, aos prazos considerados muito curtos.
Avanço visando o bem-estar animal na avicultura
É um avanço, conforme cita o presidente da Federação dos Criadores de Aves, o sr. Friedrich-Otto Ripke. No entanto, ele teme que muitos incubatórios pequenos não sejam mais capazes de funcionar economicamente por causa dos altos custos associados à criação de filhotes e machos jovens.
E, sem dúvida, haverá incremento no preço, de um a dois centavos por unidade, conforme declara a ministra Julia Klöckner. Do mesmo modo, não poderá banir importações, mas está contando com a instalação de sinalização nos alimentos em questão. Mas segundo a ministra, o consumidor germânico aprova a medida e está disposto a pagar a mais por isto.
Para outros países, como a França, o governo planeja banir a prática de sacrificar os machos no nascimento até o final de 2021 visando o bem-estar animal na avicultura. No entanto, acreditam que o setor não está preparado. No momento, três técnicas complementares estão sendo estudadas para impedir a eliminação dos machos: a sexagem in ovo, a criação de pintos machos ou a criação de pintinhos de linhagens modificadas que dão às fêmeas poedeiras e animais para corte. Mas, tais métodos ainda devem ser implementados gradualmente a partir de 2022. E, do mesmo modo que o vizinho, deve afetar os preços.
Sobre o CCAS
O Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.
O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.
Fonte: Via Assessoria de Imprensa
Crédito da foto: Divulgação/Canva
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