UPF terá centro de inteligência artificial para monitoramento da qualidade do leite em todas as etapas da produção 

13 de janeiro de 2025

A universidade receberá R$ 7 milhões em 2025 para investimento no projeto e, também, para modernização de outros laboratórios e bolsas para pesquisa
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UPF terá centro de inteligência artificial para monitoramento da qualidade do leite em todas as etapas da produção 
Tecnologia é inédita no Brasil e servirá para melhorar práticas e planejamento na fazenda, garantindo melhor produtividade, eficiência econômica e sustentabilidade. Crédito da foto: Luís Henrique Melo


 A Universidade de Passo Fundo (UPF) receberá R$ 7 milhões de reais da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para três iniciativas vencedoras nos editais das duas entidades. Serão R$ 5 milhões para compra de equipamentos e qualificação de laboratórios, especialmente o de Serviços de Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle) e do Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa). Outros R$ 2 milhões serão destinados a bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado para 24 projetos aplicados à indústria.


O destaque é o projeto do Laboratório de Serviços de Análise de Rebanhos Leiteiros (Sarle) da UPF. Será criado um centro de inteligência artificial para monitorar a qualidade do leite a partir de todos os fatores que possam influenciar no produto, desde a propriedade até a mesa do consumidor.


O coordenador do curso de Medicina Veterinária da UPF, pesquisador e um dos líderes do projeto, professor Carlos Bondan, explica que, a partir de uma amostra de leite e utilizando inteligência artificial, será possível fazer uma análise que vai além da realizada atualmente e obrigatória por lei. A tecnologia, ainda não utilizada no Brasil, agrega ao diagnóstico variantes que possam interferir na saúde, no bem estar e até mesmo no ambiente onde a vaca leiteira é mantida e permite combinar, por exemplo, informações meteorológicas, estações do ano, o local onde ocorre a produção, as características do solo e dos alimentos consumidos pelos animais.


“Com os equipamentos que vamos adquirir, será possível monitorar o produto de cada animal e disponibilizar esses dados a toda a cadeia produtiva: produtores, indústria, assistência técnica, Secretaria da Agricultura do RS e órgãos reguladores e fiscalizadores. Essas informações serão combinadas, por meio de modelos matemáticos e algoritmos, e servirão para planejar as práticas de saúde e bem-estar animal, resolver os desafios na fazenda, garantindo o máximo de produtividade, eficiência econômica na produção e sustentabilidade ambiental. Isso deve tornar nosso estado numa referência na produção leiteira”, afirma o professor.


Uma equipe multidisciplinar, formada por pesquisadores de diferentes programas de pós-graduação da UPF, trabalhará na iniciativa e será coordenada pelo professor Ricardo Zanella. O projeto conta com o apoio de entidades, sindicatos e associações ligadas ao setor bovino e leiteiro, que serão diretamente impactados. “Não existe hoje no Brasil um monitoramento da qualidade do leite igual ao que estamos propondo, seguro e amplo, desde a propriedade até a indústria. Estados Unidos, Canadá, países da União Europeia, e até mesmo nossos vizinhos Uruguai e Argentina, têm programas de gestão estratégica de dados implementados e ativos. Para a profissionalização da cadeia leiteira, nós não podemos ficar para trás nestes avanços tecnológicos”, conclui Bondan.

Modernização de laboratórios e investimentos em pesquisa e inovação

Outro projeto aprovado foi para a modernização de diversos laboratórios de pesquisa e pós-graduação, especialmente espaços como o Centro de Pesquisa em Alimentação (Cepa). Serão adquiridos e modernizados equipamentos como biorreatores, autoanalisador elementar, texturômetro, microscópio eletrônico de varredura, entre outros.


Além disso, o CNPq destinará R$ 2 milhões para 24 bolsas do Programa de Mestrado e Doutorado Acadêmico para Inovação (MAI/DAI). A iniciativa incentiva estudantes a desenvolver projetos de pesquisa aplicados à realidade e à necessidade do setor industrial brasileiro e, assim, oferece às indústrias os benefícios da pesquisa e do desenvolvimento em alto nível. As bolsas são para mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Por Critério

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