A fim de aprimorar seus conhecimentos em forragicultura, mais de 30 técnicos da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) participaram de capacitação em pastagem na Embrapa, em Campo Grande (MS).
“Atualizações como essa são necessárias. Há novas pragas e doenças despontando no campo, tecnologias à disposição do produtor que exigem conhecimento dos técnicos, manejos específicos para os sistemas integrados de produção, por exemplo, dentre outras informações que precisamos conhecer melhor”, afirma Arnaldo Santiago Filho, gestor de desenvolvimento rural da Agraer. É a segunda vez que Embrapa e Agraer realizam esse modelo de treinamento, ministrado pela equipe de produção vegetal da estatal.
O conteúdo, construído a quatro mãos, levou aprofundamentos em solos dos cerrados; em técnicas de adubação e correção do solo; nos principais cuidados para implantação e recuperação de pastagens, assim como na escolha da forrageira a ser plantada; no ajuste de lotação e seu impacto na produção animal; nas consequências econômicas em diferentes estratégias de manejo; no combo pasto e sistemas integrados; e nos insetos, pragas, doenças e invasoras em pastagens.
“A infestação de Duplachionaspis divergens (Hemiptera: Diaspididae) em pastos brasileiros, cochonilha detectada em pastagens do Mato Grosso do Sul e registrada recentemente, foi assunto no curso e era esperado pelos profissionais. A equipe da Agraer já havia lidado com surtos do inseto pelos campos sul-mato-grossenses”, comenta Santiago.
Outro tema esperado foram as forrageiras em sistemas integrados de produção. O gestor da Agraer enfatiza que o futuro da agricultura brasileira passa por esses modelos, principalmente, a integração lavoura-pecuária e frisa que o produtor rural, independente do porte, que não se ajustar a essas tecnologias ficará pelo caminho.
A adubação do solo também gera dúvidas e por isso valia uma semana dedicada ao assunto, sugere o extensionista Ivan Macena. Responsável por uma região com mais de 50 estabelecimentos rurais, de pequeno a médio porte, Macena aponta próximos treinamentos intensivos em um ou dois temas, permitindo assim mais troca e atividades práticas.
Com 28 anos de experiência, ele reforça que há informações disponíveis na internet, mas “não se compara aos dados confiáveis que a Embrapa dispõe e isso chega ao produtor rural pela extensão”. Para o técnico, infelizmente, ainda há falhas na relação de confiança com o agricultor, o que impacta negativamente nos resultados. “O produtor cai em algumas ciladas comerciais, lamentavelmente. Quando conseguimos estabelecer uma relação do extensionista da Agraer com o agricultor, a propriedade deslancha e a Embrapa faz parte dessa relação”.
Parceria com Agraer
Em 2017, a Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) e Agraer assinaram um acordo de cooperação técnica para ampliar a interação em MS, por meio de ações de assistência técnica e extensão rural, fortalecendo a transferência de tecnologias. O contrato veio após a conclusão de um acordo da Agraer junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), prevendo o atendimento a produtores de médio porte de pecuária de corte e leiteira.
Essa é a segunda capacitação com a temática forragicultura. A próxima acontecerá em 2023 com foco em nutrição animal, confirma MArcelo Pereira, gestor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPT).
Fonte: Embrapa
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