Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago deixaram a realização de lucros de lado e voltaram a subir no pregão desta quarta-feira (25), encerrando os negócios do lado positivo da tabela. Os preços subiram fecharam o dia com altas de 11 a 11,50 pontos nos contratos mais negociados, com o novembro voltando aos US$ 10,53 e o maio a US$ 10,97 por bushel.
A soja em grão, em partes, foi sustentada pela alta do óleo, que subiu mais de 1,5% entre os contratos mais negociados na CBOT. “A força do óleo se deu pela queda sazonal do processamento e dos estoques do biocombustível nos EUA”, explicou o time da Agrinvest Commodities. Além disso, mudanças previstas para as políticas de biocombustíveis nos EUA também pesaram.
“Democratas e Republicanos irão apresentar um projeto de lei para barrar o subsídio para produtores de bicombustíveis que utilizam matérias-primas produzidas fora dos EUA. O que o Meio-Oeste quer é barrar a grande entrada de UCO (Óleo de Cozinha Utilizado) e de sebos e graxas importados, o que só vem crescendo”, detalha a consultoria. “Se esse projeto virar lei haverá uma grande mudança, isso porque os EUA não têm toda matéria-prima que precisa para produção de biocombustíveis dentro dos mandatórios”.
Paralelamente, embora as previsões continuem sinalizando chuvas melhores para os próximos dias no Brasil – o que poderia favorecer o avanço do plantio -, as condições ainda adversas de clima no país continuam dando suporte às cotações da oleaginosa em Chicago.
“Nas próximas duas semanas, as chuvas mais intensas estão concentradas no sul do Brasil, com apenas algumas ocorrências pontuais esperadas para o centro de Mato Grosso, ainda mantendo o plantio atrasado por lá”, afirmam os meteorologistas do Commodity Weather Group.
E o clima preocupa não só no Brasil, mas também na Argentina, na Bolívia e no Paraguai, onde o plantio da nova safra também está lento.
APOIO DO TRIGO
Além do óleo, os mercados de trigo e milho também subiram forte nesta quarta-feira, com o trigo liderando os ganhos e subindo mais de 2% em Chicago. O avanço dos futuros do grão se deram, de acordo com analistas e consultores de mercado, pelo ritmo lento do plantio das safras de inverno em origens-chave para a produção do cereal. Na Rússia e na Ucrânia se trata da semeadura mais lenta em 11 anos, como relatou a SovEcon.
“Nos últimos 30 dias, as chuvas foram de menos de 20% do normal para esta época do ano na Rússia Ocidental. O tempo seco é um limitante do plantio, além de comprometer também os campos que já foram semeados”, informa a consultoria internacional. “E nos próximos dois meses, os principais modelos climáticos continuam a apontar para condições de tempo seco, com apenas um pequena melhora esperada para o Sul”.
Os especialistas afiram ainda que, mesmo ainda distante, a nova safra de verão da região já inspiram cautela e preocupação em função de adversidades climáticas.
MERCADO NACIONAL
Nesta quarta-feira, o dólar voltou a subir frente ao real e fechou com R$ 5,48, e ganho de 0,23%. Mais uma vez, em um movimento combinado com altas em Chicago, os ganhos da moeda americana deram espaço para a manutenção de bons preços para a soja brasileira.
No interior do país, os indicativos chegaram a marcar altas de até 3,9%, como foi o caso de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, para levar o preço a R$ 134,00 por saca. Nos portos, as cotações seguem acima dos R$ 140,00 – como é o caso da soja disponível em Paranaguá, com R$ 143,00 e R$ 141,00 para outubro em Rio Grande.
Apesar disso, como relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, os negócios seguem acontecendo nesta semana, porém, perdendo um pouco de ritmo em relação ao início da semana. Até ontem, mais de 2,5 milhões de toneladas – entre safra velha e safra nova – já haviam sido comercializadas.
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