A pesquisa do Índice Agrotech, realizada pela Associação Brasileira de Automação (GS1 Brasil), revelou que os agricultores brasileiros estão mais inclinados a investir na modernização de maquinário agrícola, como tratores e colheitadeiras, do que em sistemas de gestão integrada.
O levantamento, feito entre outubro de 2023 e janeiro de 2024, mostra que 52% dos 449 produtores entrevistados possuem pulverizadores, e 30% deles já utilizam modelos automatizados. No entanto, apenas 3% dessas máquinas estão conectadas a sistemas de gestão que permitem integração de dados com outras tecnologias na propriedade.
Apesar do avanço na aquisição de máquinas, a digitalização das fazendas ainda enfrenta desafios, especialmente em relação à conectividade. Embora 77% dos entrevistados tenham acesso à internet na
sede da propriedade, apenas 42% dispõem de conectividade em todo o território da fazenda, onde os maquinários operam, o que limita a adoção de tecnologias mais avançadas.
Os dados indicam que 43% dos líderes das propriedades têm intenção de investir em automação, sendo que a agricultura está à frente em comparação com outros segmentos, como pecuária e avicultura. O foco de investimento é principalmente em equipamentos para controle de plantio, otimização da produção e análise de solo.
No entanto, os pecuaristas de corte e leite ainda estão distantes da tecnologia de ponta, investindo apenas em ferramentas básicas como identificação eletrônica animal e tecnologias voltadas para a
nutrição.
Na avicultura, o foco dos investimentos tecnológicos é a rastreabilidade dos produtos, com 23% dos entrevistados utilizando máquinas de marcação de ovos, refletindo a crescente demanda dos consumidores por informações detalhadas sobre a origem dos alimentos.
Já na suinocultura, o uso de brincos com QR Code é ainda tímido, com apenas 5% de adesão.
Embora o interesse pela modernização seja evidente, o baixo índice de integração entre máquinas e sistemas de gestão indica que o setor agropecuário ainda precisa superar barreiras tecnológicas, como a
falta de conectividade plena nas áreas rurais e a resistência em adotar soluções de gestão que poderiam otimizar a operação das propriedades.
Por Faesp
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