Pela 1ª vez, raça brangus cruza Pantanal em comitiva que deve durar 40 dias

23 de janeiro de 2025

Grupo saiu de Aquidauana com 1.350 cabeças da raça brangus, que estão sendo levadas para Corumbá
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Pela 1ª vez, raça brangus cruza Pantanal em comitiva que deve durar 40 dias
De pelagem preta, raça angus soma 1.350 cabeças. (Foto: Jairton Costa/ Osnir Miranda).


É o nono dia de viagem da comitiva de Pantaleão Flores, de 67 anos, que pela primeira vez conduz o gado da raça brangus pelas estradas do Estado em percurso que deverá durar 40 “marchas”. Ao todo, 1.350 cabeças de gado saíram de Aquidauana, onde nasceram e foram criados até agora pelo comerciante. O gado tem como destino Corumbá, onde deverão servir de matriz, ou seja, para a reprodução.

De costume, a raça é transportada por caminhão, mas pela dificuldade do acesso, a comitiva foi a melhor alternativa. “Nessa região não vai caminhão, é só por terra mesmo, se fosse de caminhão também não daria porque é muita água e na época de seca só carro traçado”, explica o comerciante.

Pantaleão, mais conhecido como Panta, tem 50 anos na atividade, onde diz ter nascido e crescido. Não é a primeira vez dele acompanhando uma comitiva, mas essa é a estreia do gado brangus, que tem suas diferenças quando comparado à raça nelore.

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Pela 1ª vez, raça brangus cruza Pantanal em comitiva que deve durar 40 dias

De azul, Pantaleão Flores com um dos membros da comitiva. (Foto: Jairton Costa/ Osnir Miranda)

“Tem um pouco [de diferença] porque é um gado dócil, bem manso. O nelore é mais ligeiro, mais leve, diferente do outro”, relata o comerciante. As 1.350 cabeças de gado, segundo Panta, não tem idade precisa, mas a média é de 12 a 24 meses.

Hoje, a comitiva formada por sete pessoas, sendo um cozinheiro, um ponteiro, um capataz e quatro peões, está em Rio Verde de MT, a 203 km da Capital.

Imagens feitas pelo fotógrafo Jairton Costa mostram como tem sido esses últimos dias da comitiva que está conduzindo o gado brangus. Apesar de saber como é a vivência de uma comitiva, devido às experiências anteriores, incluindo a gravação do filme “A peoa”, ele expõe que essa tem sido diferente devido ao contato com o gado.

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Pela 1ª vez, raça brangus cruza Pantanal em comitiva que deve durar 40 dias

De Aquidauana, animais seguem caminho para Corumbá. (Foto: Jairton Costa/ Osnir Miranda)

Futuramente, esse gado que está sendo remanejado para a divisa do Estado deverá ser comercializado. O valor de cada cabeça é definido conforme o peso, porém o comerciante estima que hoje o mercado pague em torno de três mil pela cabeça da raça.

Brangus – Segundo a Associação Brasileira da Raça Brangus, ela é “resultado de um experimento entre o cruzamento do Angus e do Zebu, realizado por técnicos norte-americanos do Departamento de Agricultura de Jeanerette em 1912, no estado de Louisiana. Na mesma época, pecuaristas de Oklahoma, no Texas, e do Canadá também passaram a fazer acasalamentos semelhantes”.

Surgiu para aumentar índices de produtividade, mesmo criado em condições adversas de clima. “No Brasil, os cruzamentos começaram a ser feitos na década de 1940 por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Bagé/RS. Inicialmente o resultado do cruzamento foi batizado de raça Ibagé pelos técnicos da época. Alguns anos depois, em função do cruzamento ser o mesmo alcançado nos Estados Unidos, o nome da raça passou a ser Brangus Ibagé, até que se tornou apenas Brangus, anos mais tarde”, informa a Associação.

Em Campo Grande, o corte tem preços variados, podendo chegar a R$ 109, 90 kg. No mercado do Bairro Santa Fé, o filé mignon sai por esse valor, enquanto outros, como patinho e coxão duro custam, respectivamente, R$ 53,90 e R$ 46,90.

Por Campo Grande News

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