Mirta Vanni de Barbot foi a pioneira que cortou os céus do agronegócio

25 de março de 2025

A história da aviação agrícola e do agronegócio sul-americano tem um nome que brilha com luz própria: Mirta Vanni de Barbot. Mais do que uma pioneira, ela foi uma verdadeira desbravadora dos céus, uma mulher à frente de seu tempo que deixou um legado indelével no setor.
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Mirta Vanni de Barbot foi a pioneira que cortou os céus do agronegócio

Nascida em Carmelo, no Uruguai, Mirta despertou sua paixão pela aviação ainda na infância, observando os aviões no campo de aviação de sua cidade. Essa curiosidade e fascínio a impulsionaram a trilhar um caminho extraordinário. Em uma época em que a aviação era predominantemente masculina, Mirta quebrou barreiras e se tornou a primeira mulher piloto agrícola do mundo.

Sua estreia no setor em 1946, no combate a gafanhotos a serviço do Ministério da Agricultura e Pesca de seu país, marcou um momento histórico. Ela não apenas pilotava, mas também enfrentava os desafios da época, mostrando uma coragem e determinação admiráveis. Essa atuação pioneira a eternizou como “la última langostera”, um título honroso que reconhece sua dedicação em uma tarefa crucial para a agricultura da região.

A trajetória de Mirta é um exemplo de superação e profissionalismo. Em 1943, ela já era a primeira piloto profissional (Breve Classe B) do Uruguai, demonstrando seu comprometimento com a aviação ao também se qualificar em mecânica aeronáutica. Sua ascensão ao cargo de diretora dos Serviços Aeronáuticos do Ministério demonstra sua capacidade de liderança e sua visão para o desenvolvimento da aviação agrícola em seu país.

Mirta não se limitou a voar e gerenciar. Sua busca constante por aprimoramento a levou a realizar intercâmbios internacionais nos Estados Unidos e na Nova Zelândia, onde buscou novas técnicas e equipamentos para modernizar os serviços aeroagrícolas uruguaios.

A ousadia e a destreza de Mirta eram evidentes em suas ações. Ela própria pilotou o translado de aeronaves compradas nos Estados Unidos, navegando por rotas desafiadoras como a do Pacífico e cruzando a Cordilheira dos Andes em uma época sem GPS. Sua conexão com o Brasil também foi marcante, liderando uma equipe de pilotos na busca de aeronaves Ipanema da Embraer, em São Paulo, fortalecendo a frota aeroagrícola de seu país.

Por cerca de quatro décadas, Mirta chefiou o Departamento de Serviços Aeronáuticos, inspirando outras mulheres a seguir seus passos na aviação. Seu encontro com a brasileira Ada Rogato, outra grande pioneira da aviação agrícola, durante uma visita de aviadores brasileiros ao Uruguai, reforça a conexão e a admiração mútua entre essas mulheres notáveis.

A vitalidade e o espírito desbravador de Mirta se manifestavam em cada fase de sua vida. Aos 71 anos, ela se tornou a primeira mulher no Uruguai a voar em uma aeronave de combate, e seu 80º aniversário foi celebrado com um salto de paraquedas, provando que a paixão pela aventura não tem idade.

A homenagem recebida em 2018 pelo Sindag e Ibravag, e a celebração de seu centenário em 2022, são testemunhos do reconhecimento e da admiração que Mirta Vanni de Barbot conquistou ao longo de sua vida. Seu legado transcende fronteiras e inspira gerações de aviadores e profissionais do agronegócio.

Mirta Vanni de Barbot não foi apenas a primeira, ela foi uma força motriz, uma visionária que abriu caminhos e demonstrou a importância da mulher na aviação agrícola. Seu nome permanecerá gravado na história como um símbolo de coragem, determinação e um amor inabalável pelos céus e pelo campo. Seu exemplo continua a inspirar e a mostrar que, com paixão e dedicação, é possível alcançar as alturas mais inimagináveis. Neste fim de semana ela descansou.

Fonte: SINDAG Por Agrovenki

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