A microbiologia desempenha um papel essencial na criação de suínos, auxiliando na identificação, prevenção e controle de doenças que podem comprometer a saúde dos animais e causar prejuízos econômicos significativos.
Karla Alvarenga Nascimento, professora de Medicina Veterinária e Agronomia no Instituto Universitário Una Catalão, explica que a microbiologia estuda microrganismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas, os principais agentes causadores de doenças em suínos. Esse ramo da ciência permite diagnosticar com precisão os patógenos responsáveis por surtos, auxiliando na implementação de estratégias preventivas e tratamentos eficazes.
Entre as principais doenças em suínos que podem ser controladas com o auxílio da microbiologia, destacam-se a leptospirose, a salmonelose, as infecções por Escherichia coli e a pleuropneumonia. A identificação precisa desses agentes permite a aplicação de medidas específicas, como vacinas e manejo adequado, que evitam a propagação das enfermidades.
Os exames laboratoriais são ferramentas indispensáveis nesse processo. Técnicas como cultura bacteriana, reação em cadeia da polimerase (PCR) e exames sorológicos são amplamente utilizadas para detectar microrganismos em amostras clínicas. Essas análises também ajudam a determinar a resistência antimicrobiana, garantindo tratamentos mais eficazes.
A microbiologia é essencial para a biossegurança em granjas, ajudando a monitorar a presença de microrganismos no ambiente, na água, nos alimentos e nos próprios animais. “Com esses dados, é possível estabelecer protocolos rigorosos de higiene e manejo, reduzindo os riscos de surtos e promovendo um ambiente mais seguro”, explica Nascimento.
Além disso, os resultados microbiológicos orientam ajustes no manejo, como o controle da qualidade da água e da alimentação, melhorias na ventilação e na higienização de instalações. Essas práticas não só reduzem o estresse nos animais, como também limitam a propagação de doenças.
Doenças infecciosas em suínos podem gerar impactos financeiros significativos, incluindo gastos elevados com medicamentos, perda de produtividade e até restrições comerciais em caso de surtos. A microbiologia minimiza essas perdas ao proporcionar diagnósticos rápidos e precisos, possibilitando ações preventivas mais eficazes.
Outro aspecto importante é a prevenção de zoonoses — doenças transmitidas dos suínos para os seres humanos. Influenza, leptospirose e brucelose estão entre as principais preocupações. “A microbiologia permite identificar esses agentes e desenvolver vacinas e medidas de controle que protegem tanto os animais quanto os trabalhadores envolvidos na criação”, destaca a professora.
A pesquisa microbiológica está na vanguarda do desenvolvimento de vacinas e tratamentos inovadores para o setor suinícola. Nascimento ressalta que o estudo aprofundado dos patógenos possibilita a criação de soluções mais eficazes, além de alternativas terapêuticas, como novos antimicrobianos para combater infecções resistentes.
Por: Rede Comunicação
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