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HF Brasil, informação ao alcance de todos

23 de agosto de 2021

A equipe Hortifruti é parte do Cepea, da Esalq, unidade da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba.
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HF Brasil, informação ao alcance de todos
Foto: Divulgação

A HF Brasil reúne pesquisadores e analistas de mercado com formações complementares, dedicados aos aspectos econômicos dos setores de frutas e hortaliças. A coordenadora direta dessas atividades é a professora da Esalq/USP Margarete Boteon.

Em linha com o Cepea, a missão desse grupo é produzir informações de qualidade pautadas em valores como imparcialidade e ética que, em seu conjunto, contribuam para o desenvolvimento sustentável dos setores estudados.

Tem como visão ser reconhecido como grupo gerador de informações que integra com eficiência o conhecimento da academia com os desafios reais dos diferentes elos da hortifruticultura. No dia 20 de agosto, a equipe trazia informações importantes sobre produtos muito comuns na mesa dos brasileiros.

CEBOLA: Na semana de 9 a 13/08 houve um aumento significativo nos preços da cebola paulista nas regiões de Monte Alto e São José do Rio Pardo. Em Monte Alto, houve um acréscimo de 25% nos valores, fechando a semana a R$ 37,50/sc de 50 kg para a caixa 3 beneficiada, e em São José do Rio Pardo a média foi de R$ 0,88/kg ao produtor, alta de 46,70%.

De acordo com os colaboradores, as cotações reagiram devido à uma menor disponibilidade de cebolas para a comercialização, uma vez que os produtores seguraram o escomento na tentativa de melhorar o mercado. A medida foi usada pelos produtores pois os preços encontravam-se abaixo das estimativas de custo de produção. Para as próximas semanas, a tendência é de manutenção do volume alto, uma vez que a colheita se intensificará nestas regiões.

BATATA: Na mesma semana, os valores médios da batata tipo ágata especial/saca de 50 kg ficaram em R$ 94,74 (-12,23%) no atacado de São Paulo (SP), em R$ 93,33 (-17,34%) no do Rio de Janeiro (RJ) e em R$ 86,40 (-20,75%) em Belo Horizonte (MG). A queda veio em função da maior entrada de batatas nas centrais atacadistas, já que a colheita se intensificou – visto que algumas áreas estavam com a operação atrasada e, devido ao aumento das temperaturas, poderiam perder qualidade.

Para as próximas semanas, não são esperadas mudanças significativas no mercado, pois, com as perdas de produção ocasionadas pelas geadas, a oferta deve continuar controlada, apesar da desvalorização desta semana.

TOMATE: Na primeira semana de junho, o tomate sentia a geada. Os valores do produto salada longa vida 3A ficaram em R$ 66,43 (+16,47%) na Ceagesp, em R$ 72,25 (+9,85%) em Campinas/SP, em R$ 67,44 (+32,93%) no Rio de Janeiro/RJ e em R$ 59,64 (+22,63%) em Belo Horizonte/MG. Como resultado das geadas e frio de julho, houve desaceleração da maturação e perdas nas lavouras, o que reduziu a oferta de tomate e levou à alta.

Além disso, com o início de mês, o poder aquisitivo dos compradores é maior, melhorando a demanda, confirmada por atacadistas de todas as praças consultadas. Na próxima semana, pode haver desvalorização pela maior presença de rasteiro no mercado.

ALFACE: As geadas no fim de julho causaram perdas nas lavouras paulistas, gerando leves aumentos nos preços de algumas variedades da folhosa durante esta semana (2 a 6/08). Segundo produtores, a geada que ocorreu nos dias 29 e 30/07 foi menos severa do que a anterior (19, 20 e 21/07), e os prejuízos variaram de acordo com a localidade. A qualidade foi afetada por conta de queima dos pés com o frio, e tal fator, associado ao baixo consumo, limitou reações mais expressivas dos valores.

Em Mogi das Cruzes, a crespa apresentou um pequeno aumento de 2,23%, fechando à média de R$ 17,83/cx com 20 unidades. A oferta de americana aumentou, e a variedade vinha de atrasos no ciclo e isso gerou um acúmulo de mercadorias nesta semana, quando as lavouras coincidiram o ponto de colheita.

Assim, o preço da americana ficou a R$ 17,06/cx com 12 unidades (-1,13%). Em Ibiúna, depois de altas expressivas na semana anterior, as cotações se mostraram estáveis, diante da baixa procura. A variedade crespa se manteve a R$ 14,40/cx com 20 unidades, enquanto a americana ficou no patamar de R$ 16,63/cx com 12 unidades.

Para próxima semana, a qualidade inferior das alfaces e a oferta reduzida, devido aos danos causados pela geada, devem continuar sendo os principais fatores no comportamento dos preços. Mesmo com as flexibilizações do plano de contenção da pandemia do estado de SP, o setor não sentiu melhora da procura, e isto pode seguir impedindo maiores valorizações da folhosa em agosto.

CENOURA: A primeira quinzena de julho/21 foi marcada por constantes valorizações das cenouras em todo o território nacional, após longo período de preços baixos. No mês de julho, nas principais praças produtoras, São Gotardo (MG) e Cristalina (GO), a caixa de 29 kg de “suja” foi vendida, em média, a R$ 28,82 – valor 4 vezes superior ao de junho (R$ 7,32/cx).

Este cenário é resultado da baixa oferta durante todo o mês passado, devido ao período de entressafra – as áreas de verão já estavam praticamente finalizadas e as atividades da safra de inverno se iniciaram somente em agosto, mantendo a disponibilidade reduzida naquela ocasião.

Nos primeiros dias deste mês (1º a 09/07), porém, a oferta voltou a subir, diante do início da colheita das áreas de inverno. Mas, mesmo assim, os preços ao produtor se mantiveram em bons níveis, garantindo rentabilidade positiva.

Colaboradores consultados pelo Hortifruti/Cepea apostam, inclusive, em melhores preços das cenouras nesta safra de inverno. O motivo é que a redução dos investimentos, causada pelos resultados negativos obtidos no primeiro semestre, deve controlar a oferta disponível e, consequentemente, garantir melhor retorno ao produtor.

Fonte: hfbrasil.org.br 
Foto: Divulgação

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