Com a colheita praticamente finalizada no país, o preço do arroz começa a demonstrar ameno movimento de desvalorização. Segundo os parâmetros de análise da Conab (de 03/5 a 07/05), esse comportamento também é influenciado pela menor demanda das indústrias de beneficiamento, que aguardam um momento futuro, com possíveis cotações menores, para voltarem de forma mais intensa ao mercado. A menor demanda identificada no varejo tem refletido na menor necessidade de aquisições do grão por parte das beneficiadoras.
Mais especificamente sobre a safra no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, segundo a Sureg/RS: “A colheita alcança 97% da área do estado devendo ser concluída nos próximos dias. A produtividade média segue elevada, a mais alta da história. A tendência é de que a produtividade seja mais baixa nas lavouras mais tardias, mas não deve comprometer a média final”.
Sobre a balança comercial
Com a revisão do valor de produção, em razão da excelente produtividade identificada no campo no RS, a perspectiva é que o país apresente um superávit de 200 mil toneladas em 2021, valor este abaixo do superávit observado em 2020. As elevadas cotações internas e o cenário de retração de preços internacionais corroboram o cenário traçado.
Mercado Externo
Preços tailandeses mais elevados que dos concorrentes no sudeste asiático (Vietnã, Índia e Paquistão) é resultado de uma moeda local valorizada (Bath), elevação nos custos dos fretes e reduzida oferta do país, após a seca que atingiu as regiões produtoras nos últimos dois anos. É importante pontuar também que com os preços mais elevados, a Tailândia perdeu parcela do mercado importado chinês para o Paquistão e o Camboja.
Análise – Destino do arroz brasileiro
De acordo com dados do ComexStat, em abril de 2021, o Brasil exportou 111,1 mil toneladas, sendo o Senegal, com importação de arroz em casca o principal destino do arroz brasileiro, responsável por 22% do volume comercializado pelo país. Destaca-se ainda o Peru, responsável por 20% das exportações brasileiras, com aquisição de arroz beneficiado polido.
Sobre as importações, o Brasil adquiriu 102,1 mil toneladas, sendo o Paraguai o principal país exportador para o mercado nacional, responsável por 56% das aquisições do país.
No acumulado nos três primeiros meses do ano, o Brasil exportou 318,9 mil toneladas e importou 389,0 mil toneladas, sendo registrado um déficit de 70,1 mil toneladas na balança comercial do arroz (base casca).
Cabe ressaltar, todavia, que a estimativa para 2021 é que o setor encerre o ano com um superávit de 200 mil toneladas, com a produção acima do inicialmente previsto e com a provável retração do valor comercializado, principalmente a partir do segundo semestre.
Fonte: Conab
Crédito da foto: Divulgação/Canva
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