Como é bom recomeçar

Ao aplicar a energia da mente em prol do corpo, o atleta desperta uma força realmente especial. Nos relatos de Veri Real é muito fácil entender que o agente motivador não pode ser desativado, pois ele é essencial para darmos mais um passo ao encontro da nossa meta
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Como é bom recomeçar

Recomeçar depois de um bom tempo, fui liberada para começar a minha reabilitação. Uau! Não acreditava, sabia que o que viria e não seria fácil, mas tudo tem um começo e esse seria agora o meu renascimento. Íamos para Campinas três vezes por semana ao instituto Wilson Mello e lá havia uma equipe de primeira – lembro bem da minha super fisioterapeuta, Bruna Pilz. Sabem, é muito estranho, você com quase 17 anos ter que reaprender a andar, mal ter forças para trocar os passos. O andador era meu melhor amigo. Nessa época eu usava próteses também, fazia parte do processo todo e, se tinha que ser assim, bora encarar a minha nova rotina.

A coisa toda era um tanto cansativa por causa da distância entre a cidade que moro e Campinas – uns 110 km -, então, tinha esse desgaste a mais. As primeiras sessões foram desesperadoras, às vezes tinha vontade de gritar: Meu Deus, como não desistir? A cada sessão eu pensava comigo mesma: É a última vez, da próxima tô fora. Em casa, continuava com os exercícios e minha mãe aprendeu a fazer alguns alongamentos com a minha irmã Fernanda, que é fisioterapeuta, e sempre me deu uma força. Com isso, não ficava um dia parada esperando que o tempo passasse depressa e eu finalmente voltasse a andar.

Depois de alguns meses já estava conseguindo trocar uns passos e consegui ir até a cocheira do sítio. Pedi para minha mãe me deixar montar e ainda lembro o espanto com que ela me olhou. Ela, que sempre foi a minha maior incentivadora, teve um pouco de receio e eu senti isso naquela hora. Mas consegui que ela me apoiasse, me colocando em cima da minha égua. Lembro bem desse momento, pois foram quase dois anos sem ter a melhor das sensações de vida para mim.

Chorei de tanta alegria, o coração disparou num mix de felicidade, adrenalina e, eu confesso, uma micro pontinha de insegurança. Eu estava muito dura, sem mobilidade ainda, mas que bom eu podia novamente montar. Ficava num redondel por segurança, porém a vontade era mesmo de abrir aquela porteira e sair mundo a fora.

Recomeçar com treino e muita energia em movimento

PoVeri Real
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