A cada novo mapa climático que é divulgado para a América do Sul a preocupação do produtor de soja aumenta. A Argentina e o Paraguai devem ser atingidos por uma forte onda de calor, bem como o Sul do Brasil (PR, SC e RS).
Enquanto isso, no Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) as chuvas deverão continuar e também seguirão causando problemas. E é por isso que tem sido tão difícil projetar qual será o real tamanho da safra 2021/22, o que tem mantido o mercado de grãos tão volátil.
“Em nosso relatório da abertura do dia desta segunda-feira, 10 de janeiro – o Acorda Brasil, que é enviado bem no fim da madrugadinha e no raiar do dia (entre 5h50 e 6h da manhã), alertamos aos clientes que essa atualização de estimativas de safra tem sido uma das mais difíceis para nosso corpo de análise”, disse o diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira.
Ainda assim, ele afirma que as perdas na América do Sul já estão na casa de 20 milhões de toneladas. E lembra ainda que “apesar das quebras em valores absolutos serem maiores para o Brasil (por possuir uma safra total maior que nossos vizinhos), as quebras em valores percentuais têm sido mais agressivas na Argentina”.
Na última semana, a Bolsa de Cereales de Buenos Aires relatou uma piora considerável na safra argentina, bem como fez o Ministério da Agricultura. De estimativas iniciais próximas a 50 milhões de toneladas, para algumas consultorias o país pode não colher 40 milhões diante do atual cenário climático, já que as perdas continuam se acumulando nos campos por conta da seca e do calor intenso, duas condições que tendem a continuar nos próximos dias.
Embora a seca seja bastante severa com as lavouras de soja, o excesso de chuvas também causa preocupação. Há cidades em estados como Mato Grosso e Goiás onde as chuvas já chegam ininterruptamente há quase 20 dias. Nas regiões produtoras do Matopiba, a situação é semelhante.
“Os solos do centro-norte de Goiás, quase todo o Tocantins, mesma realidade para Minas Gerais, já atingiram a capacidade de campo e passam agora por saturação hídrica. Está impossível a mecanização no atual momento, pragas estão livres e reduzindo a capacidade produtiva das culturas em campo”, lamenta Pereira.
O produtor rural Altair Fianco, de Uruçuí/PI, relatou ao Notícias Agrícolas que a falta de luminosidade, por conta das chuvas frequentes, impossibilita o andamento dos trabalhos de campo e já reduz a qualidade das lavouras. Fianco afirma que a logística também pode ser um problema.
Fonte: Notícias Agrícolas
Crédito da foto: Divulgação/Agência Brasil
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