O grupo gigante chinês Beijing Properties (Holdings) Ltd prevê que as importações chinesas de produtos congelados, incluindo carne brasileira, vão continuar a aumentar em 2022, apesar da pandemia da covid-19.
O relatório anual do grupo, divulgado na quinta-feira, 19 de janeiro, lembra que a China autorizou, desde 15 de dezembro, a retoma das importações de carne bovina brasileira, após uma suspensão que vinha desde 4 de setembro, após dois casos atípicos da doença da vaca louca (EEB).
A Administração-Geral de Alfândegas da China disse em despacho que autorizava a importação de carne bovina sem osso do Brasil, de bovinos com menos de 30 meses de idade.
Devido à suspensão de mais de três meses, as exportações chinesas de carne bovina brasileira caíram quase 20% em 2021, para 950 mil toneladas, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos.
Desde 2019 que a China é o maior comprador do produto brasileiro, com o Brasil a representar cerca de metade das importações chinesas de carne brasileira bovina, sublinhou o Beijing Properties.
O Governo chinês tem alegado que os recentes surtos da estirpe Ómicron da covid-19 na China continental se devem, em parte, a produtos provenientes do estrangeiro.
Isto, apesar de especialistas em saúde estrangeiros terem enfatizado que o vírus se espalha sobretudo por meio de gotículas respiratórias, quando as pessoas infetadas respiram, falam, tossem e espirram.
A cidade de Shenzhen, no sul da China, anunciou nesta quarta-feira que quem receber encomendas provenientes do estrangeiro terá os seus movimentos limitados no território. Pequim também aconselhou a população a minimizar a compra de bens do estrangeiro.
Ainda assim, o conglomerado disse acreditar que os planos do Governo chinês para o setor da logística de congelados possam eliminar problemas de segurança alimentar e aumentar a confiança dos consumidores.
Os planos preveem uma maior concentração das empresas ao atuar neste setor e a criação de uma base centralizada, em Shenzhen, para os controles anticoronavírus impostos pela China aos produtos importados.
A imprensa estatal chinesa tem noticiado regularmente multas aplicadas a comerciantes que importaram, de forma ilegal, carne congelada do Brasil.
Dia 4 de janeiro, a polícia de uma cidade do sudoeste da China aplicou uma pena de detenção de 10 dias a dois comerciantes, acusados de não terem submetido um lote de pernas de frango enviadas do Brasil aos controles vigentes.
Fonte: RTP
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