A B3 anunciou em ofício publicado nesta terça-feira (8/10) que substituirá o indicador usado na liquidação financeira de contratos futuros do boi gordo a partir de fevereiro do ano que vem. No lugar do número levantado pelo Cepea, a instituição financeira passará a considerar a cotação apurada pela consultoria de mercado Datagro, hoje com uma base de dados de três mil pecuaristas e 120 frigoríficos.
“Nós, de fato, precisávamos de uma modernização e essa forma com a Datagro obtém os dados acaba fazendo com que a amostra seja maior e mais relevante”, observou a diretora de produtos de commodities da B3, Marielle Brugnari. Além do tamanho da amostra, o indicador da Datagro difere do Cepea também pela coleta automatizada dos dados e pelo cálculo da média ponderada dos valores, dando maior peso aos preços do dia.
“A forma como calculamos o indicador hoje é resultado de um estudo comparando outros indicadores de preços do boi gordo ao redor do mundo para ter o que há de mais moderno disponível na cadeia pecuária e o grande diferencial é esse: temos conseguido refletir de forma mais assertiva a realidade do mercado”, acrescenta o diretor de pecuária da Datagro, João Figueiredo.
Atualmente, o indicador é utilizado como base de negociação por dez frigoríficos no Brasil, registrando, em média, o valor de negociação de cerca de mil bovinos ao mês – o equivalente a 60% do abate nacional. Do lado da B3, o volume de contratos do boi gordo negociados em bolsa é de cerca de 4,5 mil papéis ao dia, o que representa cerca de 40% dos abates nacionais.
“Esse é um volume de negociação super baixo. Num mercado saudável, deveríamos negociar pelo menos de três a quatro vezes o total de abates do país”, comenta Brugnari. A expectativa, afirma, é que o novo indicador contribua para dar mais liquidez ao mercado do boi gordo na B3.
“O indicador é relevante nesse processo porque se o mercado confia no indicador e entende que de fato está refletindo o preço do mercado físico os operadores terão mais conforto para negociar o produto”, completa a diretora de produtos de commodities da B3.
Por Globo Rural
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