O governo do Tocantins publicou no Diário Oficial (31/03) uma portaria que proíbe aglomerações de asininos, equinos e muares em cavalgadas e qualquer prova ou evento equestre. A medida se deu para proteger a sanidade do plantel tocantinense contra a disseminação do Mormo, e também para resguardo da população local, já que a doença também pode ser transmitida para humanos.
De acordo com veterinários, especialistas em sanidade dos equinos, o Mormo nunca pôde ser erradicado e, de tempos em tempos, um surto vem à tona. As ações de órgãos sanitários devem ser rápidas para conter o avanço das transmissões. Em 2013, no Brasil, a situação se agravou de forma acentuada, promovendo suspensão de muitos eventos equestres em curso.
O Mormo ou lamparão é uma doença infecciosa causada pela bactéria Burkholderia mallei, mais frequente em equídeos. Como fatores agravantes, não existe cura e nem vacinas. Nos equídeos, os principais sintomas são nódulos nas narinas, corrimento purulento, pneumonia, febre e emagrecimento. Existe ainda a forma latente (assintomática) na qual os animais não apresentam sintomas, mas possuem a enfermidade.
Assim, por se tratar de uma importante questão sanitária, no Tocantins os eventos equestres foram suspensos nos municípios de Filadélfia, Nova Olinda e Taguatinga, e estabelecidas medidas restritivas em mais 11 municípios que fazem divisa com o Estado. As restrições são necessárias para que as equipes da Adapec – Agência de Defesa Agropecuária – possam tomar medidas sanitárias para contenção dos casos positivos e investigar as áreas.
Procedimento sanitário
“O trabalho consiste na realização de exames consecutivos em toda tropa dessas propriedades, com intervalos, em média, de 30 dias, a fim de fazer o levantamento diagnóstico e executar outros procedimentos”, diz a responsável pelo Programa Estadual de Sanidade dos Equídeos da Adapec, Isadora Mello Cardoso.
Entre as ações realizadas, a investigação epidemiológica, que inclui a avaliação da movimentação dos equídeos do estabelecimento pelo menos nos últimos 180 dias anteriores à confirmação do caso. Isso para identificar possíveis vínculos epidemiológicos; realização de eutanásia nos animais que testarem positivo em dois exames; e a notificação de ocorrência de Mormo às autoridades locais de saúde pública, por se tratar de zoonose.
Para prevenir a enfermidade, ao adquirir o animal, o produtor rural deve exigir a Guia de Trânsito Animal (GTA) acompanhada de exames negativos da doença; participar apenas de aglomerações de equídeos fiscalizadas pela Adapec; evitar que o animal compartilhe bebedouros e comedouros, e em casos de suspeita da doença, isolar o animal imediatamente e comunicar a Agência para que ela realize os exames clínicos e laboratoriais.
Os municípios de divisa que tiveram a suspensão da ocorrência de cavalgadas, tropeadas e quaisquer eventos que promovam a aglomeração de equídeos sem autorização da instituição são: Araguaína, Pau D’Arco, Bandeirante, Colinas do Tocantins, Babaçulândia, Barra do Ouro, Goiatins, Palmeiras, Ponte Alta do Bom Jesus, Arraias e Aurora do Tocantins.
A Adapec pede também que a população denuncie pelo telefone 0800 063 11 22 o trânsito clandestino de animais, um dos principais fatores que contribui para disseminação da doença.
Fonte: Adapec