A moda é uma expressão cultural poderosa, mas também enfrenta desafios significativos relacionados à sustentabilidade. Stella McCartner, uma das vozes mais influentes da indústria da moda, critica abertamente o uso do couro, alinhando-se à filosofia do pai Paul McCartner, defensor da segunda sem carne.
Semana passada aconteceu o São Paulo Fashion Week, e é crucial falarmos sobre moda e agronegócio, como também repensarmos nossas escolhas com foco na sustentabilidade.
No Brasil, um dos exemplos proativos vem do setor do algodão, que tem seguido um caminho de aproximação com maior número de ações junto ao consumidor a cada ano, como também tem cumprido à risca exigências de rastreabilidade, certificações que trazem diferenciais ao produto brasileiro.
O couro é um exemplo, um produto da pecuária extremamente sustentável e duradouro, precisa seguir esses passos de aproximação, esclarecimento e transparência.
Já existem iniciativas como a Leather Impact Accelerator (LIA), acelerador de impacto do couro, que traz um trabalho de reconhecimento das fazendas que cumprem todos os requisitos socio-ambientais para garantir que o subproduto é livre de desmatamento ilegal, exploração social, como também é adepto ao bem-estar animal.
O que trago aqui é a urgência de mostrarmos as nossas iniciativas, pois o couro é um produto sustentável, disponível, que resulta em peças lindas e de qualidade para a moda. Com certeza gera menos impacto e lixo do que o couro sintético, proveniente do petróleo. Repensar o impacto da indústria da moda para o planeta vai muito além de punir uma matéria prima, natural e disponível.
Convido vocês a repensarem suas escolhas e levarem essa mensagem especialmente aquecida pelos eventos da moda na capital paulistana.
*Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.
Por Forbes Agro
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