Viveiros de produção aquícola são mapeados no Paraná

9 de agosto de 2022

Mapear os viveiros escavados por imagens de satélite tem sido um desafio para a equipe de sensoriamento remoto
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Viveiros de produção aquícola são mapeados no Paraná
O Paraná lidera a produção aquícola brasileira desde 2016, tendo sido responsável por 20% dela em 2018 – Foto: Divulgação/Jefferson Christofoletti

Viveiros escavados para aqüicultura foram mapeados pela Embrapa Territorial (Campinas, SP), além de tanques-redes nos 18 municípios do Paraná responsáveis por 75% da produção aquícola do estado, que é destaque no cenário nacional. A partir de imagens de satélite, com resolução espacial de 10 metros, a pesquisa identificou 2.412 áreas correspondentes a conjuntos de viveiros, além de 32 com tanques-rede, que, juntas, somam 4.059 hectares. Os municípios nos quais foi encontrado o maior número de estruturas são Toledo, Nova Aurora, Palotina e Assis Chateaubriand.

O Paraná lidera a produção aquícola brasileira desde 2016, tendo sido responsável por 20% dela em 2018. No estado, os aquicultores estão concentrados majoritariamente na porção Oeste do território e o principal produto do segmento é a tilápia. O levantamento da Embrapa aponta que a maior parte dos conjuntos de  viveiros escavados do Paraná – 78% – ocupam área menor do que 2 hectares.

Desafio para mapeamento de viveiros

Mapear os viveiros escavados por imagens de satélite tem sido um desafio para a equipe de sensoriamento remoto da Embrapa Territorial. “Já existem técnicas de processamento consolidadas para realce de corpos hídricos em imagens de satélite. A principal dificuldade do trabalho é separar as estruturas destinadas à produção aquícola dos outros usos”, explica Lucíola Alves Magalhães, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial. O mapeamento varreu mais de 1 milhão de hectares nos municípios analisados. Dos alvos identificados inicialmente por NDWI, o índice utilizado para diferenciar a água em imagens de satélite, mais de 90% foram descartados após análise visual.

Os resultados foram validados com dados dos pedidos de licenciamento ambiental e outorga de água, além do Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (SiCAR). “O método para validação do mapeamento a partir de dados secundários é inédito. A equipe se debruçou sobre as bases disponíveis até decidir pela melhor forma de utilização da informação. Com isso, não só foi possível validar algumas baterias de viveiros, como também, identificar as propriedades aquícolas”, detalhou Magalhães. 

O trabalho está publicado em artigo científico disponível no Portal Embrapa. A publicação organiza os conjuntos de viveiros em quatro classes, de acordo com o tamanho, e apresenta a concentração espacial deles. A pesquisa observou que a maior parte tem formato retangular, mas também encontrou alguns em formato circular e até mesmo irregular. “Essas variações em tamanho e formato é o que tem nos motivado a implementar métodos de processamento mais robustos para automatização dos mapeamentos”, adianta a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento.

A Embrapa está realizando o mapeamento por imagens de satélite dos viveiros escavados em todo o Brasil e buscando metodologias para automatização do processo e atualização anual, bem como ampliá-lo para 100% dos municípios produtores. Além da Embrapa Territorial, o esforço envolve a Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas, TO) e outras instituições. O trabalho integra o Sistema de Inteligência Territorial Estratégica para Aquicultura, que possui, disponível on-line, uma plataforma de dados espacializados sobre o setor. 

Fonte: Embrapa Territorial

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