O DroneShow, feira especializada em drones, realizada de terça até ontem, 19, na capital paulista, debateu, entre outros assuntos, a regulamentação do uso de drones agrícolas para pulverização e dispersão de sólidos em propriedades rurais brasileiras. Com elogios por parte dos participantes pelo uso da tecnologia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a portaria nº 298 em 21 de setembro do ano passado, fazendo do Brasil um dos poucos países do mundo a normatizar as operações agrícolas com aeronaves não tripuladas.
Em uma mesa que debateu o tema na feira no primeiro dia, os três palestrantes reconheceram o avanço da portaria para o agro brasileiro. Os drones são usados para aplicação de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes.
Com o tema ‘Regulamentação para pulverização e controle biológico com drones”, o engenheiro agrícola Lucas Fernandes de Souza, vinculado à Superintendência Federal de Agricultura de São Paulo (SFA-SP), a representação do Mapa no estado, mostrou o sistema Sipeagro, onde são registradas as aeronaves e, também, falou sobre a capacitação obrigatória para os operadores e explicou como é feito o descarte da calda que sobra no reservatório após a pulverização.

Segurança operacional
Segundo Lucas, a preocupação do ministério é a segurança operacional. “Com base em pesquisas científicas, entendemos que as distâncias de aplicação preconizadas na normativa são seguras. Como a tecnologia avança muito rápido, a normativa do Mapa também pode sofrer alterações sempre que for preciso”, explicou ele, que tem doutorado em agronomia, na área de física do ambiente agrícola, pela Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz).
Já, o empresário André Veiga, da ALSV, também abordou a regulamentação brasileira e a classificou como ágil (feita em poucos anos), realista (manteve a previsão do uso de aeronaves maiores) e pouco burocrática (‘o cadastro no Sipeagro é fácil, rápido e pouco custoso’). Ele também destacou que a portaria protege e estimula quem opera os drones no campo de forma correta.
Oito segredos para uma empresa de drones
Outro palestrante, o consultor Eugênio Schroder, de Pelotas (RS), apresentou oito ‘segredos’ para iniciar uma empresa de drones. Ele atua há 20 anos no mercado e oferece formação e suporte para interessados em adotar as aeronaves.
A regulamentação para o uso de drones no Brasil é feita por quatro instituições. Além do Mapa, que se debruçou apenas sobre as operações de pulverização, também há normas elaboradas pela Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e Ministério da Defesa.
Evento
A DroneShow 2022 foi realizado no Centro de Convenções Frei Caneca reunindo inovações em tecnologias de drones, com a participação de fabricantes e importadores das aeronaves. Vale destacar que a China domina o mercado e várias empresas do país asiático estão expondo seus produtos na feira. Também há fabricantes nacionais demonstrando seus produtos.
Há drones de vários modelos, tamanhos e com inúmeras finalidades. No caso do uso no agro, além da pulverização de produtos líquidos, há aeronaves que dispensam tubetes com vespas utilizadas no controle biológico da cana.
Fonte: Mapa
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