Responsável por fatia significativa da economia brasileira e de Minas Gerais, o agronegócio vem se transformando ano após ano, com a implementação de práticas sustentáveis e que, ao mesmo tempo, garantam a otimização e a qualidade da produtividade. Se para as gigantes do setor, essas tendências são acessíveis e já estão em prática, para os pequenos produtores há instrumentos e instituições que apoiam e incentivam iniciativas em vistas ao aprimoramento dos processos. Um deles é o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas).
Por meio da consultoria “Boas Práticas Agrícolas”, a instituição visa contribuir para a melhoria do processo produtivo, desde a produção de insumos agrícolas até o transporte dos alimentos e a entrega ao consumidor. Para isso, oferece diagnóstico, dimensionamento, aperfeiçoamento de processos, entre outras adequações que permitem aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do produto, gerando, assim, mais lucro.
Maior produtor de café do mundo, não dá para falar de agricultura no Brasil sem citar o café. E Minas Gerais se destaca nesse cenário, já que responde por quase 40% da produção global. A parte Sudoeste do Estado, por sua vez, produz entre 3 e 4 milhões de sacas anuais, o equivalente a 10% da produção mineira. A região, inclusive, já tem o reconhecimento de Indicação Geográfica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).
Mas para alavancar ainda mais esse potencial, o “Boas Práticas Agrícolas” do Sebrae Minas está presente na região há cinco anos, auxiliando os produtores na melhoria da produtividade e do processo nas etapas de pré e pós-colheita, direto no campo. Quem explica é a analista do Sebrae Minas, Lucilene Pessoni de Moura.
Segundo ela, apenas em 2024 estão sendo atendidos pelo Sebrae mais de 300 produtores, por meio de ações que visam à produtividade e melhora da qualidade do grão. “Iniciamos com um diagnóstico ainda na lavoura, depois o consultor faz as visitas na propriedade para análise dos indicadores agronômicos que impactam também nos econômicos. Se ele melhorou a qualidade, tem acesso a novos mercados e, consequentemente, consegue vender o produto com valor mais adequado, que é a grande expectativa de todo produtor”, explica.
Isso é possível, conforme a especialista, pela combinação de diferentes fatores, como:
- Aumento da produtividade da cultura;
- Melhoria da qualidade dos produtos e do processo de gestão do empreendimento;
- Redução dos custos unitários de produção (custo/unidade colheita);
- Aprimoramento da imagem da marca alinhada à sustentabilidade.
“É um trabalho muito personalizado. O relatório de diagnóstico e avaliação da atividade traz orientações para o plantio, manejo nutricional da cultura, manejo integrado de pragas, tratos culturais, colheita e pós-colheita, por exemplo. Depois é feita a indicação de ferramentas de controle, análise e avaliação dos indicadores agronômicos e econômicos. Tudo isso para permitir com que o agricultor alcance os resultados esperados em termos de competitividade, mas sem deixar de lado a ética e a sustentabilidade”, reforça.
Produtor de Juruaia integra o “Boas Práticas Agrícolas” há três anos
Denilson Macedo, por exemplo, é proprietário do Sítio Boa Vista e produtor de café na região de Juruaia, e participa do Boas Práticas Agrícolas por indicação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG). Segundo ele, o conhecimento transmitido pelo consultor a cada visita transforma não apenas a lavoura ou os negócios, mas também as pessoas.
“Implantamos diversas técnicas de processos de aprimoramento da qualidade nos cafés produzidos e isso nos proporcionou grande melhoria na qualidade. Somos atendidos desde 2021 e, nesse período, deixamos de ser meros produtores para sermos produtores de cafés especiais de alta qualidade, com marca própria e uma microtorrefação montada na propriedade”, conta.
Macedo ressalta o reconhecimento que alcançou depois que passou a integrar as turmas do Sebrae Minas. “Além de estar entre os melhores cafés da região, depois da consultoria consegui ser finalista de alguns concursos. Acredito que o café tem poder de transformar vidas. Assim como o Sebrae, que leva o conhecimento para os produtores, criando possibilidades e fazendo com que o produtor enxergue de maneira mais ampla seu negócio e seus potenciais”, conclui.
Por Diário do Comércio
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