Saiba quais setores do agro podem sofrer com tarifas de Trump

10 de fevereiro de 2025

Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações agropecuárias do Brasil
Compartilhe no WhatsApp
Saiba quais setores do agro podem sofrer com tarifas de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem adotado medidas protecionistas desde o início de seu mandato. Em menos de um mês no cargo, anunciou tarifas sobre importações do México, Canadá e China. Além disso, agora, cogita taxar produtos da União Europeia. Para o Brasil, especialistas avaliam riscos e oportunidades para a economia, especialmente no agronegócio.

Brasil e Estados Unidos competem no mercado global em produtos como soja e algodão, mas também mantêm forte relação comercial. Ou seja, Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações do agro brasileiro, atrás apenas da China. Em resumo, em 2024, o país importou 9,43 milhões de toneladas de produtos agropecuários brasileiros, gerando receita de US$ 12,09 bilhões.

No ano passado, a participação dos Estados Unidos nas exportações do agro brasileiro cresceu de 5,9% para 7,4%. Durante o governo Trump, o país ampliou a compra de produtos como feno, erva-mate e flor seca de cravo-da-índia. No entanto, setores estratégicos podem ser afetados por novas tarifas. Veja os cinco mais expostos:

Produtos florestais

O setor de madeira, celulose e papel lidera as exportações agropecuárias para os Estados Unidos. Em 2024, as vendas somaram US$ 3,73 bilhões, o equivalente a 30,88% da receita total. O volume embarcado foi de 4,9 milhões de toneladas, representando 52,2% de tudo o que o Brasil exportou para o mercado americano.

Em geral, a celulose é o principal item do segmento. O Brasil exportou 3,02 milhões de toneladas para os Estados Unidos, movimentando US$ 1,68 bilhão. A madeira perfilada também se destacou, com 252,59 mil toneladas exportadas e receita de US$ 480,94 milhões. Ao mesmo tempo, o papel ocupou a 11ª posição na lista de exportações, com 203,91 mil toneladas e faturamento de US$ 267,03 milhões.

Café

O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, e os Estados Unidos são seu principal comprador. Em 2024, o país importou 16,1% do volume total exportado pelo Brasil, um aumento de 34% em relação a 2023.

O café representou 5% do volume exportado para os Estados Unidos, somando 471,53 mil toneladas. A receita alcançou US$ 2,07 bilhões, equivalente a 17,16% do total. O café verde lidera as exportações do setor, com 453,23 mil toneladas enviadas. O café solúvel registrou 17,4 mil toneladas exportadas e faturamento de US$ 172,88 milhões. Já o café torrado e moído somou 807 toneladas, gerando receita de US$ 5,46 milhões.

Carnes

O setor de carnes foi o terceiro maior em exportações para os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil enviou 248,5 mil toneladas, movimentando US$ 1,4 bilhão. O segmento representou 2,63% do volume e 11,65% do faturamento total.

A carne bovina in natura liderou as exportações, com 189,24 mil toneladas embarcadas e receita de US$ 942,73 milhões. Já o produto industrializado ocupou a segunda posição, com 38,08 mil toneladas exportadas e faturamento de US$ 393,55 milhões. A carne suína in natura ficou em terceiro, com 18,43 mil toneladas enviadas e receita de US$ 59,4 milhões.

Sucos

O segmento de sucos ocupa a quarta posição entre os principais produtos agropecuários exportados para os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil enviou 1,32 milhão de toneladas, equivalente a 14,06% do total exportado. A receita somou US$ 1,19 bilhão, representando 9,87% do faturamento do agro brasileiro no mercado americano.

O suco de laranja domina esse setor. Em resumo, o Brasil exportou 1,21 milhão de toneladas do produto, faturando US$ 1,04 bilhão. Além disso, a produção americana, concentrada na Flórida, tem enfrentado quedas devido ao avanço do greening, principal ameaça à citricultura global. Isso abriu mais espaço para o suco brasileiro no mercado norte-americano.

Complexo sucroalcooleiro

O setor de açúcar e etanol foi o quinto maior em exportações para os Estados Unidos. Em 2024, o Brasil enviou 1,38 milhão de toneladas, representando 14,65% do volume exportado. O faturamento atingiu US$ 794,28 milhões, equivalente a 6,57% do total.

O açúcar bruto liderou as exportações do segmento, com 883,36 mil toneladas embarcadas e receita de US$ 442,02 milhões. O etanol apareceu em seguida, com 247,77 mil toneladas exportadas e faturamento de US$ 181,82 milhões. Já o açúcar refinado registrou 283,58 mil toneladas enviadas e receita de US$ 164,25 milhões.

Trump gera apreensão

Caso Donald Trump amplie as tarifas sobre produtos brasileiros, setores estratégicos do agronegócio podem ser impactados. As exportações de madeira, celulose, café, carnes, suco de laranja e açúcar são fundamentais para a balança comercial brasileira. Portanto, a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos seguirá sob observação, enquanto o país avalia medidas para reduzir os riscos e manter sua competitividade no mercado global.

Por Agro em Campo

Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil

Relacionadas

Veja também

Estudo realizado pela equipe de Inflação da consultoria mostra que ajustes nos preços de produtos de base impactam a inflação no Brasil de forma sistêmica
Avanço na municipalização da inspeção e zeragem na alíquota de impostos de importação são umas das ações apresentadas pelo vice-presidente após reunião com representantes do agro
Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações agropecuárias do Brasil
 O Banco do Nordeste financia projeto inovador de irrigação na Fazenda Entre Rios, promovendo a modernização do agronegócio na região e impulsionando a produção de soja, milho e algodão.