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Produtores apostam em abelhas para aumentar produtividade do cultivo de kiwi

24 de julho de 2024

Cinco cidades correspondem por 70% da produção do fruto no Paraná; entenda como as abelhas colaboram no processo
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Produtores apostam em abelhas para aumentar produtividade do cultivo de kiwi

Produtores agrícolas do Paraná têm apostado em um aliado inusitado, abelhas, para auxiliar no processo de produção do kiwi. Em 2023, o fruto gerou Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 15,2 milhões, de acordo com dados atualizados do Departamento de Economia Rural (Deral) do Estado. 

Entre as necessidades para o cultivo do kiwi, a polinização das plantas é parte essencial para o processo. E é aí que entram as abelhas, responsáveis por levar o grão de pólen da planta masculina à feminina. Durante a floração, por exemplo, produtores chegam a locar até 100 caixas com insetos.

A prática está difundida em cinco cidades paranaenses que correspondem a 70% da produção de kiwi no Estado. São elas: Antônio Olinto (19,7%), Araucária (18,2%), Porto Amazonas (15,5%), Lapa (9,5%) e Mallet (7,6%), congregando 70,4% do total. Outros 26 municípios exploram a fruta, segundo o Deral.

No ano passado, o Paraná registrou a produção de 2,6 mil toneladas de kiwi em uma área plantada de 200 hectares.  


Abelhas sem ferrão


A introdução de abelhas em áreas de plantio apresenta vantagens econômicas e sustentáveis para agricultores de diferentes regiões do Brasil. Parcerias entre cultivadores de espécies sem ferrão e produtores rurais resultou no aumento de 30% da produtividade no Distrito Federal, por exemplo. 

A parceria entre os meliponicultores, como são chamados os cultivadores de abelhas sem ferrão, e produtores agrícolas é coordenada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do DF. Em um projeto experimental, pesquisadores implementaram os insetos em um cultivo de abóboras.


A ação aconteceu em agosto de 2023, quando os meliponicultores colocaram 10 caixas de abelhas próximas ao cultivo das abóboras já em fase de floração. Em novembro, os produtores rurais colheram, literalmente, os frutos do trabalho dos insetos. 

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Produtores se ‘aliam’ a abelhas sem ferrão para aumentar produtividade no DF
Foto: Divulgação/Emater-DF
Segundo o Emater, a proposta é criar uma rede colaborativa entre produtores e meliponicultores para o compartilhamento de técnicas de cultivo e o manejo dos insetos, além de incentivar outras regiões do país a aderir à introdução das abelhas sem ferrão em áreas de produção rural.

Além de ajudar na produção agrícola, o cultivo das abelhas apresenta uma outra possível fonte de renda. Enquanto o mel de abelhas com ferrão custa cerca de R$ 30, em média, por litro, a produção dos insetos sem ferrão, por ser mais escassa, pode custar até R$ 300, na mesma unidade.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), há cerca de 52 gêneros e 300 espécies conhecidas de abelhas sem ferrão, da tribo Meloponia, distribuídas nas Américas, África, Ásia e Oceania. No Brasil, os insetos são responsáveis pela manutenção de biomas importantes, polinizando 30% das espécies da Caatinga e Cerrado e até 90% da Mata Atlântica.

Por Terra

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