Na última segunda-feira, 7 de março, o Instituto Mato-Grossense de Economia Aplicada (IMEA) divulgou seu Boletim Semanal do Milho. A volatilidade da commodity é grande em todo o mundo. No Brasil, que já trazia conjuntura adversa, não se mostra diferente, apesar da expectativa de que área destinada a plantio de 2ª safra (safrinha) cresça, subentendendo oferta maior do grão logo mais na frente.
Salvo agentes de mercado que precisam acompanhar oscilações de preços, produtores e consumidores do milho em escala precisam compreender o momento. A intensificação do conflito entre Rússia e Ucrânia segue impactando o mercado internacional de todas as commodities, inclusive do milho. O país ucraniano é um dos principais produtores do cereal e o quarto maior exportador global, segundo o USDA.
O reflexo da guerra neste momento, afetará diretamente a semeadura ucraniana e, consequentemente, a produção no país. Diante da perspectiva de redução na oferta mundial, o preço do milho na CME-Group apresentou forte alta na última semana. Para ter ideia, o contrato corrente do cereal em Chicago aumentou 9,41% no comparativo semanal e 33,10% ante a média da mesma semana do ano passado.
Além disso, no cenário futuro (julho de 2022) o aumento chegou a 8,28% ante a semana passada, ficando cotado em US$ 7,01/bu na média semanal. Deste modo, os conflitos devem seguir afetando a balança de oferta e demanda do milho global, fazendo com que a demanda, que a princípio era destinada à Ucrânia, migre para outros países, dentre eles os EUA, Brasil e Argentina. E isso deve puxar os preços para cima.
Importante observar que todas as commodities estão na mesma toada. Petróleo e gás estão estampados nas manchetes e virando o planeta de ponta-cabeça. Isso só já puxaria a cana, no Brasil, em função do etanol. Ocorre porém que também o açúcar sofreu forte alta. Outras, agrícolas, acompanharam, como trigo, soja, algodão, café e demais; garantindo que a inflação vem forte e que a economia mundial vai balançar muito.

Notícias de alento
Em seu relatório, o IMEA apontou que houve uma revisão na estimativa de plantio da segunda safra de milho 2022, do Mato Grosso, que deverá crescer 0,4% ante à última projeção do Instituto e ficar em 6,30 milhões de hectares. Já na comparação com a temporada passada 2021, o incremento de área é de 7,86%. Entre as regiões mato-grossenses que mais vão incrementar área, estão a Norte (+ 16,24%), a Nordeste (+ 13,14%) e a Noroeste (+ 10,27%).
Já no que diz respeito à estimativa de produtividade média, o IMEA manteve o número em 107,31 sacas por hectare “devido à grande parte das áreas semeadas dentro da janela ideal, os modelos climáticos indicam volumes de chuva acima da média nos próximos meses”. A produção final esperada é de 40,56 milhões de toneladas.

Andamento de plantio pelo País
Ainda no início de março, a Agência Safras & Mercado informou que o plantio da safrinha 2022 atingiu 52,2% no Centro-Sul. No mesmo período do ano passado, esse número era de 30,2% da área de 14,402 milhões de hectares, enquanto a média de plantio para o período nos últimos cinco anos é de 52,5%. A valorização pode estar trazendo as coisas à normalidade.
Os trabalhos atingem 42,4% no Paraná, 30,3% em São Paulo, 42,3% em Mato Grosso do Sul, 40,8% em Goiás, 70,8% em Mato Grosso e 12,2% em Minas Gerais. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) os trabalhos atingem 4,3% da área estimada em 1,094 milhão de hectares. No mesmo período do ano passado, a área plantada atingia 1,5% nos 1,078 milhão de hectares cultivados. Veja mais detalhes na tabela abaixo.
A consultoria também divulgou os dados da colheita de milho de verão 2020/21. Até a virada de fevereiro para março, 39% da área estimada de 4,385 milhões de hectares havia sido colhida. Os trabalhos de colheita atingem 69,3% no Rio Grande do Sul, 55,7% em Santa Catarina, 39,7% no Paraná, 24,7% em São Paulo, 5% em Mato Grosso do Sul 10,5% em Goiás/Distrito Federal, 7,1% em Minas Gerais e 7% em Mato Grosso.
No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 35,5% da área estimada de 4,353 milhões de hectares da safra verão 2020/21. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 31,8%.
Fonte: Mundo Agro Brasil – MAB
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