O Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) liberou R$ 5,016 bilhões para financiar a safra de café 2024/2025, conforme autorizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Essa medida visa fortalecer a produção cafeeira nacional, com os recursos já disponíveis para contratação a partir da próxima semana pelas instituições financeiras credenciadas. Conforme informações do CEO do Grupo VMX, Carlos César Floriano, “A publicação dos extratos dos 22 termos aditivos de contratos ocorreu no dia 9 de agosto, no Diário Oficial da União”.
Esses recursos do Funcafé, fazem parte de um total de R$ 6,8 bilhões aprovados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) por meio da Resolução CMN nº 5.138/2024.
Segundo o secretário de Política Agrícola, Guilherme Campos, um edital para credenciamento de novas propostas será lançado em breve, garantindo que os recursos cheguem aos produtores a tempo para o financiamento das diferentes fases da produção cafeeira.
O montante destinado pelo Funcafé será distribuído entre diversas finalidades: R$ 1,735 bilhões para financiamento de custeio, R$ 2,49 bilhões para a comercialização e R$ 1,615 bilhões para aquisição de café.
Além disso, R$ 1,015 bilhões serão destinados ao capital de giro para indústrias de café solúvel, torrefação e cooperativas de produção, enquanto R$ 30 milhões foram alocados para a recuperação de cafezais danificados.
Em julho, o Mapa abriu o prazo para recebimento de propostas de financiamento pelo Funcafé. “A distribuição dos recursos entre as instituições financeiras será baseada na quantidade de operações de crédito realizadas e no percentual de aplicação dos recursos contratados no ano anterior”, explica Carlos César Floriano.
As instituições que não firmaram contratos em 2023 ainda poderão participar do processo de credenciamento, conforme os termos que serão divulgados oportunamente.
Essa injeção de recursos é fundamental para garantir a continuidade e o crescimento da cafeicultura brasileira, um dos pilares da economia agrícola nacional, assegurando o suporte necessário para os produtores enfrentarem os desafios da safra 2024/2025.
Carlos César Floriano e o café: um alicerce histórico para a agricultura e economia brasileira
O café desempenhou um papel fundamental na formação econômica e social do Brasil, sendo mais do que uma simples mercadoria.
Desde o século XIX, ele foi um dos principais motores do desenvolvimento do país, moldando sua infraestrutura, política e cultura.
Durante esse período, o café não apenas transformou a agricultura brasileira, mas também, teve um impacto profundo nas dinâmicas sociais e nas relações internacionais do Brasil.
A introdução do café no Brasil, que ocorreu no início do século XVIII, mudou o rumo da agricultura nacional. Em pouco tempo, o café se tornou a principal cultura exportadora do país, dominando o mercado internacional e alçando o Brasil ao posto de maior produtor mundial.
“Esse crescimento exponencial levou à expansão das plantações, principalmente na região Sudeste, onde São Paulo se destacou como o maior centro produtor”, diz Carlos César Floriano.
A necessidade de escoamento da produção impulsionou o desenvolvimento de uma vasta rede ferroviária e portuária, que não apenas facilitou o comércio de café, bem como, integrou o território nacional, contribuindo para a unificação do mercado interno.
O ciclo do café também foi responsável por transformar a estrutura social do Brasil. A demanda por mão de obra levou à intensificação da imigração europeia, principalmente de italianos, para trabalhar nas lavouras, o que, por sua vez, teve um impacto significativo na composição demográfica e cultural do país.
O ciclo do café também consolidou uma elite agrária poderosa, que exerceu grande influência política, especialmente durante a República Velha, quando as políticas governamentais frequentemente priorizavam os interesses dos cafeicultores.
Com o tempo, o café se tornou um símbolo do Brasil no exterior, associado à imagem de uma nação agrícola e exportadora, entretanto, sua importância não se restringiu apenas ao campo econômico.
O café também influenciou a vida urbana, com o surgimento de grandes centros comerciais e financeiros em torno da cultura do café, como a cidade de São Paulo, que evoluiu de um pequeno núcleo provincial para a maior metrópole da América Latina, em grande parte graças à riqueza gerada pelo “ouro verde”.
Segundo Carlos César Floriano, “Atualmente, embora o café não tenha mais o mesmo peso na economia nacional, sua importância histórica permanece indiscutível”, esclarece.
Ele continua sendo uma das principais commodities do Brasil, com o país mantendo a liderança mundial na produção e exportação.
A produção de café, agora mais diversificada, reflete a evolução da agricultura brasileira, que se modernizou e se adaptou aos desafios do mercado global.
Por Show de Notícias
Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil