Eventos climáticos extremos que marcaram o agronegócio neste ano – com estiagem no Centro-Oeste, seca histórica na Amazônia e chuvas avassaladoras no Sul do país – passarão a ser uma preocupação constante do setor, e, para o próximo ano, as previsões dos especialistas não são otimistas, ante a expectativa de um El Niño persistente até abril.
Apesar dos prejuízos, o valor bruto da produção (VBP) ainda deve atingir o recorde de R$ 1,159 trilhão neste ano, 2,5% acima de 2022, e as exportações do agro se mantêm robustas, com US$ 153,1 bilhões até novembro – aumento de 3,6% ante igual período no ano passado e quase 50% do total embarcado pelo país, segundo o Ministério da Agricultura.
No entanto, o atraso no plantio da soja 2023/24 no Centro-Oeste, em razão da falta de chuvas, que afetou também a semeadura do milho de segunda safra, lança dúvidas sobre o próximo ciclo. Há preocupação, ainda, entre os cafeicultores de Minas Gerais, devido à estiagem após a florada nas principais regiões produtoras do Estado.
No entanto, o atraso no plantio da soja 2023/24 no Centro-Oeste, em razão da falta de chuvas, que afetou também a semeadura do milho de segunda safra, lança dúvidas sobre o próximo ciclo. Há preocupação, ainda, entre os cafeicultores de Minas Gerais, devido à estiagem após a florada nas principais regiões produtoras do Estado.
Neste cenário, de queda provável na produção e economia global ainda em desaceleração, a expectativa é de pressão de baixa nos preços dos grãos em 2024, diz Fabio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector. “A receita tende a cair por causa da queda de produção, e com melhoras muito pequenas de preços para soja e milho.” O próprio ministério já projeta queda de 5,3% no VBP no próximo ano.
Ricardo França, head comercial de agronegócio do Santander, destaca que a rentabilidade vai depender da produtividade. “Se o produtor conseguir colher próximo da média, ok”, diz. Já na pecuária a perspectiva de rentabilidade é mais firme – apesar de o El Niño poder elevar os custos de produção – após um 2023 de margens bem apertadas.
Por Valor Econômico
Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil