Brasil exporta 1 tonelada de carne para cada 5 t de milho

17 de novembro de 2021

Bolsa de Comércio de Rosário (BCR) realizou um relatório sobre a comercialização externa de carnes comparando o desempenho da Argentina com o Brasil.
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Brasil exporta 1 tonelada de carne para cada 5 t de milho

Além de concorrentes, os dois países também são importantes parceiros comerciais do continente sul-americano. Estudo ainda analisou a evolução dos embarques de milho e carne bovina, aves e suínos nos últimos 20 anos no Brasil e na Argentina.

“Pode-se constatar que hoje o Brasil exporta uma tonelada de carne para cada cinco de milho, enquanto a Argentina despacha uma tonelada para cada 40”, aponta Desiré Sigaudo, Guido D’Angelo e Emilce Terré, analistas da BCR e autores do relatório.

Maiores fornecedores sul-americanos de alimentos, Brasil e Argentina possuem um perfil de exportações bastante diferente. O Brasil é o terceiro maior produtor de milho e o segundo maior exportador do cereal do mundo. Nas últimas 20 safras (1999/00 a 2019/20), a produção brasileira de milho triplicou.

Por outro lado, nem todo esse crescimento da produção brasileira de milho foi direcionada à exportação. Muito do que foi plantado serviu de insumo para impulsionar o desenvolvimento dos setores de carnes, fazendo com que as exportações de carne bovina, suína e de aves crescessem quase sete vezes no período.

A Argentina é o quarto maior produtor e terceiro exportador de milho do mundo, o que delineou um perfil agroexportador muito diferente. “Nos últimos 20 ciclos (1999/00 a 2019/20) a produção de milho argentino triplicou, fazendo com que as exportações se multipliquem 3,5 vezes seu volume”, apontou a BCR.

Ao contrário do Brasil, onde as exportações de carnes cresceram a um ritmo superior ao de grãos não processados, na Argentina os embarques de carnes multiplicaram-se por 3 neste período, abaixo do crescimento das exportações de grãos.

Há mais fatores de baixa do que alta no milho

Outro levantamento, agora da TF Consultoria Agroeconômica, sinaliza que há mais fatores de baixa do que alta no preço do milho. Esse cenário, apontam a analista de mercado, recomenda que os produtores aproveitem para realizar o lucro que tiveram com o milho de segunda safra, popularmente chamada “safrinha”. Confira o que interfere e pode mexer nas cotações:

Fatores de alta

  • Alta em Chicago: o movimento de alta para completar o M ainda permite subir mais até 585, contra os 577 do fechamento desta sexta-feira. Esta é uma recomendação técnica, mas que funciona muito bem. Quem fez o curso conosco sabe do que estamos falando;
  • Fundamentos levemente altistas: estoques finais americanos um pouco menores, são levemente altistas. Embora os estoques mundiais estejam um pouco mais altos do que em outubro, os estoques americanos, que tem forte influência nas bolsas do país, estão menores, dando suporte à alta atual das cotações.

Fatores de baixa

  • Grandes compradores no Brasil abastecidos permanecem praticamente fora de mercado. Os grandes compradores se adiantaram e fizeram a importação de mais de 1,0 milhão de toneladas quando o preço do milho ainda estava competitivo na Argentina, entre junho e agosto, para receber mensalmente até dezembro. Neste momento estão fora de mercado. Os únicos compradores ativos, são os pequenos granjeiros que não tem capacidade financeira para estocar e fazem compras da mão-para-a-boca pagando o preço dos vendedores.
  • Proximidade da colheita da safra de verão: a colheita da safra de milho de verão já começou em alguns lugares, mas o grosso ocorrerá a partir da segunda semana de janeiro, dentro de dois meses, portanto. Mas, destas 8 semanas, há que se tirar duas de interrupção de festas natalinas. Mesmo assim, ficaríamos dentro do período de estocagem regular dos compradores, que não necessitariam sair ao mercado para se reabastecer.
  • Grande oferta de trigo para ração, substituindo o milho: Estima-se que cerca de 30% do trigo nacional desta safra não tenha qualidade panificável, devendo ser encaminhado ao setor de ração nos três estados do Sul, que também são grandes produtores de carne. Além disso, os compradores estão adquirindo outros produtos de inverno, como substitutos do milho.

Fonte: Agrolink

Crédito da Foto: Dinheiro Rural

Crédito: Divulgação

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