48,3%. Este é o suntuoso número das exportações provenientes do agronegócio brasileiro. Não por acaso o Brasil está entre os líderes do mercado global de produtos agropecuários. No primeiro semestre de 2022, as vendas internacionais do setor somaram US$ 79,32 bilhões, 29,4% a mais do que no mesmo período do ano passado, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Mesmo diante deste quadro, o agronegócio esbarra em limitações quanto à integração logística, tema que foi debatido na segunda-feira (25), durante o Global Agribusiness Forum (GAF 2022).
Para o diretor de Supply Chain para América do Sul da Cargill, Ricardo Nascimbeni, parte dessa fragilidade está no fato de a cadeia de comércio exterior ter milhares de stakeholders. O avanço nessa integração passa pelo desenvolvimento tecnológico. “Temos muita tecnologia no campo, mas não no trajeto da logística de ponta a ponta”, afirmou. Segundo o executivo, é preciso acelerar o processo de digitalização do agro, pois a implementação das soluções não é imediata. “E o tempo está passando.”
O diretor de logística da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Alexandre Duarte, apresentou dois exemplos que ilustram bem esse cenário. O primeiro é que alguns mercados não aceitam receber alimentos por transporte aéreo, devido à poluição causada pelos aviões, situação que pode ser revertida com a utilização de combustíveis mais sustentáveis, ou Sustainable Aviation Fuel (SAF).
O segundo é o impacto do combate às drogas em aeroportos sobre as exportações de frutas. “Essa ação precisa ser realizada, mas poderia utilizar alguma tecnologia que evitasse mexer nas mercadorias”, afirmou Duarte. O dirigente da Abrafrutas mostrou imagens de caixas que foram retiradas do carregamento e espalhadas pelo chão do setor de cargas para fiscalização.
Agronegócio e cadeia produtiva
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Julio Busato, que mediou a conversa, até pelas particularidades de cada segmento do agronegócio, a saída para apertar o passo é trabalhar por meio das entidades que representam as cadeias produtivas junto ao setor de logística e ao governo, que segundo ele não acompanha a velocidade do agro no avanço das exportações. “Devemos nos unir ao governo para encontrar soluções, pois sabemos quais são nossas dificuldades”, disse.
Fonte: IstoÉ Dinheiro
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