Inhame: cultivo bastante tradicional e com produção rentável

29 de abril de 2021

Conheça a história do Inhame São Bento, variedade que ganhou selo de indicação geográfica
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A Região de São Bento de Urânia, na zona rural do município de Alfredo Chaves, se localiza no sul do Espírito Santo e mantém uma longa tradição de cultivo do tubérculo. Os produtores de lá são tão especialistas no assunto que criaram a própria variedade: o Inhame São Bento.

Além do sabor próprio e especial, o plantio do Inhame São Bento é mais produtivo do que o de outras variedades. E, por ser tão único, ganhou o selo de Indicação Geográfica. A variedade é registrada desde 2008 pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER) no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Mas, até se tornar referência nacional, o cultivo de inhame na região de São Bento de Urânia viveu uma longa história, que começa ainda no século XIX, por volta de 1887. No começo, o tubérculo era plantado em brejos, mas, ao longo do tempo, os produtores perceberam que terrenos secos eram mais favoráveis ao plantio e à colheita. O clima ameno e o solo arenoso também favorecem o cultivo. A temperatura da região varia de 2ºC no inverno a 30ºC no verão.

A área delimitada da Indicação de Procedência Região São Bento de Urânia para inhame abrange os municípios de Alfredo Chaves, Castelo, Domingos Martins, Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante e Vargem Alta, conforme laudo da delimitação da área.

Impacto na região

O inhame tem papel importante na economia e na cultura de São Bento de Urânia. A atividade é um importante fator de geração de emprego e renda para as famílias. Desde 2007, a comunidade realiza anualmente a Festa do Inhame, que comemora o início do ciclo da colheita. Há também uma governança local de instituições de apoio que auxiliam os produtores com boas práticas agrícolas, produtividade e qualidade.

Além do Espírito Santo, o Inhame São Bento também pode ser encontrado em outros estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Cultura e Produção do inhame

Sendo uma cultura rústica, sem grandes exigências quanto ao manejo, a produção de inhame é considerada rentável. E são por estes e outros motivos que a hortaliça se destaca no mercado nacional, tendo como principais estados produtores ES, MG, GO e SP, responsáveis por cerca de 80% da produção. 

A produção orgânica também é um potencial adicional. As tendências de alimentação saudável tornam o inhame atrativo, já que o tubérculo colabora no fortalecimento do sistema imunológico e nas prevenções de doenças respiratórias e cardíacas, além de ser um aliado na perda de peso.

Originário do sudeste asiático, o inhame é plantado desde a antiguidade. Isso porque ele tem alto valor nutritivo e energético, com vitaminas e sais minerais. Esse tubérculo também é formado por grânulos pequenos, o que o torna um alimento de fácil digestão.

Mas, um dos principais entraves à cultura de inhame ainda é o baixo nível tecnológico. A maior parte dos produtores realiza a reprodução da raiz no próprio campo, a partir de partes do rizoma que não vão para a comercialização, fator que diminui muito a capacidade produtiva. Além disso, a comercialização é feita majoritariamente por meio de atravessadores, o que dificulta o acesso ao varejo de luxo e a grandes redes de supermercados.

Clima ideal – Melhor desenvolvimento em regiões de clima tropical (quente e úmido), já que o crescimento vegetativo necessita de alta incidência solar. No entanto, os solos devem ser bem drenados, pois o encharcamento leva ao apodrecimento ou brotação dos tubérculos.

Ciclo – A colheita ocorre a partir do 8º até o 12º mês após o plantio. No calendário de colheita, a melhor oferta se dá de maio a novembro.

Fonte: Hortifruti Brasil/Sebrae

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