O palco da Arena Agrodigital, na 23ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, conectou agricultores, profissionais do agronegócio e espectadores com a expertise e os processos de inovação oriundos de empresas que atuam no Vale do Silício, na região oeste dos Estados Unidos, nesta quarta-feira (8).
Utilizar a tecnologia e as suas inovações da forma mais assertiva possível na tomada de decisão é o principal ponto para alavancar a agricultura brasileira do resto do mundo. Essa é a opinião do gerente do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Falconi, empresa de consultoria de empresas, Bruno Rodrigues de Moraes.
— Nos Estados Unidos, temos drones para todos os lados captando dados, jogando para sistema, alimentando processos e tomadas de decisão. Esse é o grande gargalo que ainda existe na produção brasileira e na cadeia do agronegócio. Quando potencializarmos o uso dessas ferramentas para tomada das melhores decisões, não teremos competição no agronegócio com o Brasil — afirma.
A provocação de Moraes fez parte do painel “Inovação sem gestão não existe”. Segundo o gerente, a agricultura brasileira se torna competitiva com o exterior em termos de plantio direto, solo, clima e todos processos técnicos, mas ainda peca quando o assunto é tecnologia.
— Ainda estamos atrás na automação, em utilizar melhor os recursos disponíveis. Nós viemos trazer um contraponto: a ideia da Arena tem foco em tecnologias e inovação, só que apenas isso não resolve os negócios, os desafios e problemas do agro para os próximos anos. Queremos mostrar que são muitos pontos ligados a gestão que devem ser melhorados. Não adianta termos máquinas, sistemas, drones, mas não saber utilizar da melhor maneira — completa Moraes.
Consumo sustentável em crescimento
O produtor rural que participou dos painéis do Vale do Silício também puderam aprender mais sobre o consumo sustentável e formas para agregar esse posicionamento competitivo na cadeia produtiva.
Trazer a visão da mudança de percepção e um debate ampliado sobre consumo sustentável foi uma das missões do CEO e cofundador da Preservaland, Guilherme Santana, no painel “Environmetal, Social and Governance (Boas práticas ambientais, sociais e de governança) (ESG): a sustentabilidade e o agro”.
— No Brasil, em algum momento, essa pauta chega ao produtor. O consumo de alimentos sustentáveis está em crescimento e isso vai ter um impacto significativo. É importante estar preparado para isso — pontua o painelista que atua em empresa que utiliza a tecnologia para viabilizar investimentos no aumento da área preservada de florestas e biodiversidade. .
Com exemplo dos Estados Unidos, Santana alerta que sustentabilidade e meio ambiente são pautas que devem ter um olhar com atenção pela cadeia produtiva.
— Muitas vezes se tem essas pautas como algo negativo no campo. Mas temos que ver como uma oportunidade de tornar isso positivo como fonte de renda. Precisamos melhorar o marketing dessas pautas e oportunidades. O agro para o agro é muito bom, mas o agro é para o mundo. O Agro alimenta o mundo, e ele não tem a posição de destaque que deveria ter — pontua.
Programação segue até sexta-feira
Os assuntos de interesse do agronegócio com os principais sistemas de inovação do mundo, em ambientes de realidade virtual e drones, seguem na Arena Agrodigital ao longo desta semana.
Nesta quinta-feira (9), será a vez dos participantes conhecerem cases da China. A União Europeia fará o encerramento das atividades na sexta-feira, último dia de feira no norte gaúcho.
Por GZH
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