A balança comercial do agronegócio iniciou o ano com superávit de US$ 8,69 bilhões, de acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) de janeiro de 2023.
O valor é 3,3 vezes maior que o do mesmo mês de 2022 (US$ 2,61 bilhões). Em janeiro, as exportações do agro brasileiro renderam US$ 10,22 bilhões, 16,4% mais que um ano antes e novo recorde para o mês. As importações cresceram 37,1% e alcançaram US$ 1,53 bilhão.
Segundo o Ipea, até 2021 janeiro era considerado um mês de “entressafra” para as exportações de commodities, realidade que hoje é diferente por causa dos embarques de soja. Mas, neste ano, foram as vendas de milho que incrementaram os negócios. O volume de milho exportado em janeiro deste ano aumentou 125,9%, para 6,1 milhões de toneladas. Já o valor dos embarques subiu 166,5%, para US$ 1,7 bilhão.
O cereal foi responsável por 17,3% do total exportado pelo agronegócio no primeiro mês de 2023. “O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de milho, atrás dos Estados Unidos e da Argentina. Graças à abertura do mercado chinês (que habilitou mais de 130 novas instalações exportadoras de milho no Brasil) e à queda da safra norte-americana, o Brasil pode aumentar sua participação em 2023”, disse o Ipea.
Balança comercial: Liderança brasileira em exportações mundiais de cereais e carnes
Como informou o Valor, estimativas recentes do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) sinalizaram que o Brasil deverá liderar as exportações mundiais de milho nesta safra 2022/23. Açúcar (US$ 871,6 milhões), carne de frango (US$ 839,5 milhões) e carne suína (US$ 210,2 milhões) também registraram aumentos nos valores embarcados, de 67,7%, 38,9% e 32%, respectivamente. A quantidade exportada dessa cesta de produtos também aumentou consideravelmente. O trio foi responsável por 36,1% da pauta de exportação total do mês passado junto com o milho.
Importações
O trigo foi o principal produto importado em janeiro, com alta de 13,2% em valor frente ao mesmo mês 2022, para US$ 156,6 milhões, enquanto a quantidade importada caiu 12,3% no mesmo período, para 439,7 mil toneladas. A importação de malte foi destaque, com incremento de 37,6% e 9,4% no valor e na quantidade, respectivamente. Para Ana Cecília Kreter, pesquisadora associada do Ipea, apesar das adversidades climáticas previstas para este ano, as perspectivas para a safra de grãos ainda são boas para o agronegócio brasileiro, apesar das revisões nas estimativas de milho e soja em função da estiagem no Sul do país.
“Com expectativa de boa produção no Brasil e de maior participação do milho brasileiro no mercado internacional, o agronegócio poderá fechar 2023 com contribuição ainda maior na balança comercial total do país”, destacou Kreter, em nota.
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