O Queijo do Marajó Fazenda São Victor, que preserva uma receita secular da Ilha do Marajó (PA), conquistou a medalha de ouro no VI Prêmio Queijo Brasil. O concurso – que é promovido pela Associação Comer Queijo (Associação de Comerciantes de Queijos Artesanais Brasileiros) – foi realizado de 7 a 9 de julho, no Parque Vila Germânica, em Blumenau (SC).
Nesta edição, o Prêmio Queijo Brasil reuniu queijos de 18 estados brasileiros e 199 cidades. Ao todo, foram realizadas 975 avaliações criteriosas, e o Queijo do Marajó Fazenda São Victor se destacou pela sua excelência e sabor incomparável.
O Prêmio Queijo Brasil é reconhecido como o maior e mais importante evento especializado em queijos artesanais produzidos no país. A competição celebra a dedicação, o talento e o trabalho árduo dos produtores de queijos, valorizando e promovendo a riqueza dos sabores brasileiros.
O Queijo do Marajó Fazenda São Victor é produzido pelos produtores Cecília e Marcus Pinheiro, em Salvaterra, na Ilha do Marajó (PA). “Queremos agradecer imensamente a Comer Queijo, e todos aqueles que diretamente ou indiretamente trabalham no Prêmio Queijo Brasil. Saibam que este concurso nos impulsionou e nos encorajou, trazendo o reconhecimento a um queijo produzido aqui no Norte do país, na ilha do Marajó. Todos nós, da Queijaria São Victor, somos imensamente gratos”, enfatizam Cecília e Marcus.
A trajetória do Queijo do Marajó Fazenda São Victor no Prêmio Queijo Brasil
O produtor Marcus Pinheiro lembra da trajetória da participação do Queijo do Marajó Fazenda São Victor na premiação. “No primeiro concurso não recebemos nenhuma medalha, recebemos “somente” uma ficha (essencial para chegarmos aqui) e um muito obrigado do Bruno Cabral por enviarmos o nosso queijo. Em 2017, recebemos um Bronze, uma alegria imensa para nós, mas recebemos também a ficha com o feedback da nossa participação e, por isso, trabalhamos mais”.
Já na edição de 2018, os produtores do Queijo do Marajó Fazenda São Victor foram convidados a prestigiarem pessoalmente a premiação em São Paulo. “A Rosanna Tarcitano (hoje uma querida amiga) nos telefonou e solicitou a nossa ida a São Paulo. No primeiro momento disse que não daria por conta da distância, mas ela insistiu porque tinha uma notícia maravilhosa para nós. Fomos então eu e o nosso filho Victor, na época, com sete anos, o Marcus não pode. Foi aí que recebemos um Super Ouro, o queijo da Ilha do Marajó, naquele dia foi considerado por todos o merecedor daquele prêmio. Uma premiação inédita para os produtores daqui do Marajó”, lembra Cecília Pinheiro.
No concurso de 2019 e, agora, em 2023 – após um período de interrupções por conta da pandemia -, o Queijo do Marajó Fazenda São Victor foi premiado com a medalha de Ouro. “Continua sendo um “Super Ouro” para todos nós aqui da Fazenda São Victor. Do aprendiz de tirador de leite da fazenda ao Luís Leal, nosso mestre queijeiro, hoje aposentado. Mas, principalmente, ao Alan Correa Trindade, nosso atual mestre queijeiro. Ele chegou aqui como aprendiz, mas está desenvolvendo um trabalho exemplar na produção de queijos do Marajó”, pontua a produtora.
Por fim, Marcus Pinheiro faz questão de agradecer. “Agradecemos aos nossos colaboradores e a Comer Queijo por fazerem parte da história da Queijaria São Victor. Nossas conquistas tem muito do trabalho de vocês. Estamos muito gratos, pois a cada ano aprendemos muito com o queijo, conhecendo pessoas incríveis, que trabalham pela valorização do queijo artesanal do Brasil. Nosso muito obrigado a todos vocês. Agradecemos também aos nossos incríveis clientes, que apreciam a qualidade e o sabor único do Queijo do Marajó. Sem o apoio de vocês, essa conquista não seria possível”, finaliza.
Sobre o Queijo do Marajó Fazenda São Victor
A história do Queijo do Marajó Fazenda São Victor começou em 2000, depois que Marcus retornou de um período estudando agrobusiness nos Estados Unidos e, assim, se sentiu preparado para começar a sua própria criação de búfalas leiteiras em Salvaterra. Seis anos depois, em 2006, já ao lado de Cecília, o casal começou a produzir o queijo do Marajó.
Mas vale lembrar que o envolvimento do casal com o queijo do Marajó antecede o início da queijaria da Fazenda São Victor, haja vista que ambos possuem uma descendência muito tradicional de criadores de búfalos na Ilha do Marajó, de mais de 200 anos, seguindo, portanto, uma receita secular.
Ao decorrer desses 17 anos de produção, o Queijo do Marajó Fazenda São Victor ganhou vários prêmios. Entre eles: Prêmio Ouro do Encontro Nacional de Criadores de Búfalo e Marajó Búfalos em 2017; Prêmios Queijo Brasil, sendo Bronze em 2017, Super Ouro em 2018 (com 500 queijos artesanais brasileiras participantes, ficando com o 1º lugar isolado) e Ouro em 2019 e em 2023; e o Prêmio Prata e Bronze do Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, na França.
Além disso, o Queijo do Marajó Fazenda São Victor ainda possui, desde março de 2020, o Selo Arte. Ou seja, um certificado que assegura que o produto foi elaborado de forma artesanal, com receita e processo que possuem características tradicionais, regionais ou culturais. Bem como autoriza que a Fazenda São Victor venda o produto para outros estados. “Fomos pioneiros na região Norte em obter esse Selo de inspeção”, conta o casal.
Em março de 2021, o queijo do Marajó teve a sua Indicação Geográfica (IG) reconhecida pelo Instituto Nacional de Propriedade (INPI). Uma certificação que tem como objetivo proteger o nome do Queijo de Marajó, que é símbolo da cultura marajoara, reconhecido no Brasil e no exterior. Dessa forma, ninguém fora do território delimitado pelo INPI poderá usar o mesmo nome em um queijo, restringindo o uso aos produtores e prestadores de serviços, de fato, da região.
Instagram: @queijodomarajodafazendasaovictor | Facebook: Queijo do Marajó/ Fazenda São Victor
Fonte: Natália de Oliveira/Agência Agrovenki
Crédito das fotos: Divulgação/Queijo do Marajó Fazenda São Victor
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