Queijo brasileiro fica em 2º lugar no Mundial Brasil

20 de setembro de 2022

O queijo suíço venceu Mundial do Brasil através de uma avaliação em um campeonato que recebeu inscrições de 11 países
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Queijo brasileiro fica em 2º lugar no Mundial Brasil (2)
Dolce Bosco Azul de Cabra, queijo brasileiro que ficou em 2º lugar no Mundial do Brasil – Foto: Divulgação

Ficou em 2º lugar o queijo brasileiro Dolce Bosco – Queijo Azul de Cabra no Mundial do Queijo do Brasil. Os resultados foram anunciados no último sábado (17). O campeão do concurso de queijos e produtos lácteos foi o suíço Gruyere Reserve, produzido na Suíça. E o terceiro lugar na classificação final ficou com o Stockinghall, dos Estados Unidos.

Os três produtos foram eleitos os melhores em uma competição em que foram avaliadas amostras de queijos e outros lácteos brasileiros. Ao todo, o concurso recebeu 1,133 mil inscrições de 11 países: Brasil, Brasil, México, Panamá, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Inglaterra e País de Gales.

Queijo brasileiro fica em 2o lugar no Mundial Brasil 1
Gruyere Reserve foi eleito o melhor queijo do Mundial do Brasil – Foto: Divulgação

Segundo os organizadores, foram considerados critérios como aspecto interno e externo, textura, e outras características sensoriais. Na fase classificatória, 21 concorrentes ganharam medalhas Super Ouro; 86 de Ouro; 158 de Prata e 219 de Bronze. Os Super Ouro passaram para o julgamento final.

Melhor queijeiro no Mundial do Queijo do Brasil

Além de premiar os produtos, o evento realizou pela primeira vez o concurso de melhor queijeiro do país. O vencedor foi Vitor Gomide, do Laticínios Gomide de Viçosa (MG). O segundo lugar ficou com Martina Sgarbi, de São Paulo SP e o terceiro lugar ficou com André Modesto, da Queijaria Paiol Velho (Ibitipoca-MG).

Outro concurso que estreou no evento foi o de melhor queijista do Brasil, para reconhecer o trabalho dos comerciantes. Quem venceu foi Marina Cavechia, do Teta Cheese Bar, de Brasília (DF). O segundo lugar foi para Aline Biasuz, da Amor pelo Queijo, de Passo Fundo (RS); e, em terceiro, ficou Carolina Nalin, da Queijos e Amigos, de Campinas (SP).

A programação do evento incluiu também uma feira, com produtores oferecendo diversos produtos, não apenas queijos, como também azeites e vinhos.

Brasil tem qualidade, diversidade e regionalização

Pesquisador gastronômico, Rusty Marcellini avalia que as queijarias brasileiras têm evoluído em qualidade e também em diversidade de produtos. Atualmente, é possível encontrar uma variedade maior de categorias, como, por exemplo, de mofados, de longa maturação ou produzidos a partir de leite cru.

“Além da evolução dos queijeiros em si, eles se mantiveram artesanais, com uma pequena produção, e conseguiram agregar valor”, resume Marcellini. “Se eu tiver que escolher um produto que teve essa evolução, diria que foi o queijo. Os vinhos brasileiros estão ganhando cada vez mais mercado, a cachaça, o café, mas pela quantidade e diversidade, esse produto está acima dos outros”, diz.

Outra característica da produção do Brasil, segundo ele, é a maior regionalização. “Se, antes, os queijos ficavam muito em Minas Gerais ou em uma ou outra região queijeira que tivesse uma tradição maior, como sertão nordestino ou Ilha de Marajó (PA), serra gaúcha, hoje a gente encontra praticamente em todo o território brasileiro”, pontua.

Em sua avaliação, o consumidor brasileiro tem se mostrado mais aberto a conhecer e até a pagar mais por um produto de melhor qualidade. Ele pondera, no entanto, que a cultura de consumo aqui no Brasil ainda está mais ligada a queijos mais suaves e cremosos. Ainda falta um olhar mais atento a outras categorias, mais duras e com sabor mais forte.

“Talvez os queijos mofados, de mofo natural, de casca sem ser lavada. Pode evoluir conforme o público for aceitando esses queijos mais fortes. É uma evolução que vem mais do público do que do produto em si.”, diz Marcellini, que também é comentarista de gastronomia da rádio CBN. “A gente vê o público querendo entender melhor esse universo do queijo”, acrescenta.

Para o pesquisador, ainda falta uma colocação maior do queijo como produto de degustação nos restaurantes do Brasil. Rusty Marcellini sugere que os estabelecimentos incluam mais o produto em seus menus de forma semelhante à de países da Europa, onde é consumido no início da refeição ou entre o prato principal e a sobremesa.

“Se um produto tem uma qualidade extraordinária, simplesmente deve entrar em um restaurante como uma tábua. Quanto menos for manipulado, melhor é sua qualidade. E a gente ainda vê que ainda falta um trabalho com os restaurantes a ter disponível no cardápio”, avalia.

Fonte: Globo Rural

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