Um novo ciclo do projeto “Produção de tambaqui (Colossoma macropomum) em tanque-rede: capacitação, transferência de tecnologia e geração de renda para as comunidades ribeirinhas de Santarém – Pará”, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), está iniciando neste mês de março com inclusão da espécie mantrinxã.
O projeto é desenvolvido com moradores das comunidades Tauari e Aldeia Bragança, situadas na Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra.
“O projeto está iniciando em março um novo ciclo de produção com a estocagem de mais 2.100 juvenis, incluindo a produção de matrinxã, além do tambaqui”, comemora a professora Michelle Fugimura, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA) da Ufopa.
O projeto nasceu a partir da constatação de que o intenso crescimento da população tem aumentado a demanda por pescado, gerando maior pressão sobre os estoques naturais, diminuindo a quantidade de peixes capturados e elevando o preço das espécies preferidas para consumo.

A iniciativa desenvolvida pelos professores Luciano Jensen e Michelle Fugimura, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), e Gustavo Claudiano, do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), conta com financiamento do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e apoio de outras instituições parceiras, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona) e Funai.
Renda e segurança alimentar
O projeto teve início em fevereiro de 2023 com a realização de cursos de capacitação para a produção de peixes em tanques-redes junto aos moradores das comunidades da Flona Tapajós e demais interessados na região. Mas a produção acabou sendo impactada pela seca extrema na região.
“O primeiro ciclo de produção nas comunidades de Tauari e Aldeia Bragança, na Flona Tapajós, foi fortemente influenciado pela seca extrema do ano passado. Porém, ainda assim foi possível a produção de cerca de 2.300 kg de peixes em ambas as comunidades”, contou a pesquisadora Michelle Fugimura.
Parte da produção é consumida pelos próprios integrantes que produzem os peixes, e parte é distribuída nas comunidades que estão envolvidas diretamente no projeto, contribuindo com a segurança alimentar dos comunitários.
Os primeiros resultados têm mostrado que o projeto também gera renda por meio da comercialização de pescado diretamente para a Coomflona, que destina o produto à alimentação de seus funcionários.
Por G1 PA
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