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Produção leiteira cada vez mais tech

8 de junho de 2021

Hoje não dá nem para imaginar fazendas leiteiras sem tecnificação porque a tecnologia se tornou uma grande aliada do setor
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produção leiteira

A produção leiteira atual do Brasil está em torno de 33,6 bilhões de litros anuais. O rebanho leiteiro brasileiro é o segundo maior do mundo, ficando atrás apenas do da Índia, segundo informações da Embrapa Gado de Leite. E todo o setor vem usufruindo de um importante aliado nos últimos anos, o uso da tecnologia, que oferece não só qualidade ao produto, mas também agilidade no processo, segurança e bem-estar aos animais das propriedades. 

Na avaliação da diretora de Comunicação e Marketing da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Maria Thereza Rezende, o agronegócio nunca esteve tão em foco entre as soluções lançadas no mercado tecnológico, até mesmo por influência do comportamento da sociedade, que é cada vez mais exigente sobre a procedência e as metodologias dos processos produtivos daquilo que consome. 

“Hoje em dia não dá para imaginar fazendas leiteiras sem tecnificação, porque a tecnologia auxilia em uma série de coisas, como na melhoria do bem-estar animal”, pontua. O bem-estar animal é comprovado por meio de auditorias que verificam se as propriedades estão dentro dos padrões exigidos. “Essa segurança e a garantia de qualidade é o que o consumidor mais deseja”. 

Para ela, a partir da tecnologia e do conceito de segurança do alimento, presentes nos meios de produção leiteira das fazendas brasileiras, é possível verificar a origem do leite e os procedimentos aplicados nos rebanhos durante o processo produtivo, do campo à mesa do consumidor. 

Leite saudável e fresco até o destino final 

Uma importante etapa para que o leite e seus derivados cheguem de forma segura até o seu destino final é a indústria. “Realizamos fortes e constantes investimentos em tecnologia e modernização das fábricas. Possuímos um time de mais de 3,5 mil colaboradores que trabalham incansavelmente em um rigoroso processo de qualidade, cuidado que vai desde produtores e parceiros, passando pela atenção aos mínimos detalhes de boas práticas de fabricação, controle de qualidade, distribuição até a disponibilização dos produtos aos consumidores por meio das prateleiras dos supermercados de todo o país”, comenta a gerente de marketing da Italac, Andreia Alvares. 

Nos trajetos até à mesa, a tecnologia permite identificar quais os fatores que alteram ou prejudicam os alimentos. No caso do leite, por se tratar de um alimento nutritivo, de baixa acidez e abundante em água – essa composição nutricional o torna muito rico, inclusive para as bactérias que podem comprometer o produto. 

Para evitar que isso ocorra, na indústria, o leite é aquecido a uma temperatura ultra alta (Ultra High Temperature — UHT) e depois resfriado rapidamente. O chamado envase asséptico permite armazenar o leite na embalagem sem contato com nada, o que faz o produto durar ainda mais e sem a presença de conservantes. Além disso, a embalagem possui seis camadas que protegem o alimento da luz e do oxigênio, aumentando a durabilidade do produto, sem a necessidade de refrigeração. 

“No caso do leite UHT, com esse processo de envase 100% asséptico, o alimento não tem nenhum contato manual ou com o próprio ambiente. Já nas caixinhas, o produto é impedido de entrar em contato com a luz, ar ou umidade, preservando os nutrientes por mais tempo e mantendo o sabor, cor e textura do produto, daí vem o nome longa vida. Desta forma, oferecemos segurança e qualidade, o que garante que o leite não tenha contato com o ambiente até o momento da abertura”, explica o gerente de marketing de Lácteos da Tetra Pak, Luis Eduardo Ramirez. 

Tecnologia aplicada à produção leiteira

A cada ano que se inicia, novas tecnologias na criação e manejo de vacas leiteiras são lançadas no mercado. Atualmente, a digitalização, que consiste em transferir e armazenar informações para o computador e ou nuvem de dados, tem sido o que se destaca neste setor. 

Saber como está a tecnologia está sendo aplicada à produção leiteira e como o Brasil está caminhando para essas revoluções é algo essencial ao produtor atual. 

Comumente, hoje em dia nas fazendas de leite, diversos são os catalizadores que podem ser utilizados e que vão contribuir diariamente no sistema produtivo. O objetivo principal é a coleta de dados de maneira acurada, rápida e que agilize na tomada de decisão.  

Equipamentos como medidores de atividade possuem o sensor acelerômetro que auxilia por exemplo na identificação do melhor momento para inseminar a vaca, onde o equipamento capita o aumento de atividade do animal, verifica se há persistência neste aumento de atividade e então emite o alerta de início do cio. 

Esses equipamentos geram gráficos com início e término do cio, sugerindo o melhor momento para se inseminar, o que contribui na elevação da taxa de inseminação da propriedade e também na redução do período de serviço. 

Além disso, os medidores de atividade também são importantes para o bem-estar dos animais. Vacas doentes ou com claudicação se movimentam menos e o produtor recebe assim que detectado um alerta sobre baixa atividade, o que é excelente, pois potencializa o tempo de resposta para os cuidados de um animal doente.   

Existem também no mercado, ordenhadeiras com medidores do fluxo de leite, detectores de sangue, mensuração de tempo de ordenha, condutividade, reguladores de vácuo, identificação de deslizamento e queda das teteiras e obstrução do fluxo de leite. 

Todas essas informações geram dados que merecem ser analisados com cautela, pois dizem muito sobre a eficiência do manejo de um dos momentos cruciais da rotina da produção leiteira, onde o produto leite, que paga a conta, está sendo retirado. 

Também encontramos na produção leiteira nacional fazendas modernizadas com equipamentos que auxiliam e muito produtores, colaboradores e consultores na gestão do rebanho, como softwares para o controle zootécnico, sanitário e financeiro, além de também oferecerem módulos de comparação entre rebanhos onde consultores podem construir o benchmarking das fazendas assistidas por eles e os produtores podem verificar seu ranking entre fazendas com mesmo perfil.  

Os softwares estão tão sofisticados que oferecem a possibilidade de visualizar e até mesmo inserir dados do próprio smartphone, além de poderem interagir com controladores de ordenha, detectores de cio, portões eletrônicos e alimentadores automáticos, por exemplo, integrando todas as informações em um único sistema. 

A oferta tecnológica é ampla e diversificada, sendo que cada produtor pode optar pela escolha das ferramentas que mais se adequam à sua realidade. É sabido que para se fazer uso de muitas dessas ferramentas tecnológicas, é necessário investir, para progredir e reduzir seus custos, e vale ressaltar que o agronegócio caminha para a próxima década focado na modernidade e competitividade. 

Fonte: Prodap, Abraleite 
Crédito de foto: Divulgação

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