Search
Close this search box.

Primeiro no Brasil a exportar carne bovina para a Indonésia, frigorífico em Sertãozinho muda processo de abate para atender muçulmanos

3 de agosto de 2023

Certificação Halal é exigência islâmica e tem como principal conceito minimizar sofrimento dos animais.
Compartilhe no WhatsApp
Primeiro no Brasil a exportar carne bovina para a Indonésia, frigorífico em Sertãozinho muda processo de abate para atender muçulmanos
Frigorífico em Sertãozinho, SP, mudou processo de abate para atender exigência de novo mercado asiático — Foto: Carlos Trinca/EPTV

Para atender um novo e bem específico mercado, um frigorífico em Sertãozinho (SP) mudou o processo de abate das carnes bovinas.

A empresa é a primeira no Brasil a exportar para a Indonésia e teve de fazer mudanças na linha de produção para conquistar a certificação Halal, uma exigência islâmica.

“A carne precisa ter um processo sagrado, religioso para eles, de abate dos animais”, explica Guilherme Oranges, diretor comercial.

Halal significa ‘lícito’, algo que é permitido. De acordo com a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Frambras), é uma forma de sacrifício que tem como intuito minimizar o sofrimento do animal no momento do abate.

Segundo os muçulmanos, Allah (Deus) ordenou aos seres humanos que abatessem os animais com humanismo e respeito, da forma que cause menor sofrimento a eles, pois, ao sofrer, os animais liberam corticosteroides (hormônios do estresse), que são transmitidas à carne.

“Temos hoje um know-how que nos permite uma produtividade muito grande, atendendo os requisitos daquilo que é o Halal, que implica em um abate específico, nas questões ligadas ao bem-estar animal, nas questões ligadas ao meio-ambiente. Tudo isso faz parte do conceito Halal. Então, na verdade, já estamos consolidados com isso, enquanto o mundo está enxergando agora, de uma maneira mais efetiva”, diz Ali Hussein El Zoghbi, vice-presidente da Fambras.

Com o certificado em mãos e a permissão devida para exportar, o frigorífico de Sertãozinho carregou, na segunda-feira (31), o primeiro container com 27 toneladas de cortes nobres para o novo mercado.

A carne brasileira deve chegar na Indonésia dentro de 30 dias.

“Nesse primeiro container foram cortes mais nobres para eles conhecerem, filé mignon, contra filé, coxão mole. Mas a expectativa é que eles levem todo tipo de corte. Ele passa por uma fiscalização constante, é supervisionado pelo Ministério da Agricultura e também é supervisionado pela Fambras”, explica Oranges.

Cortes de carne nobre de frigorífico em Sertãozinho, SP, foram embalados e carregados em container para exportação — Foto: Reprodução/EPTV

Cortes de carne nobre de frigorífico em Sertãozinho, SP, foram embalados e carregados em container para exportação — Foto: Reprodução/EPTV

O acordo comercial entre Brasil e Indonésia foi assinado em janeiro deste ano, com 11 frigoríficos credenciados.

O país asiático importa cerca de 250 mil toneladas de carne bovina por ano e, até o momento, tem como principal fornecedor a Austrália.

A ideia, agora, é ter também produtos da região de Ribeirão Preto no mercado.

“A expectativa, com esse primeiro container que deve chegar em 30 dias, é de terem um conhecimento maior do nosso produto e que venham com novos pedidos. É mais um mercado consumidor que abre portas pra gente”, aposta o diretor do frigorífico em Sertãozinho.

Em 2022, o Brasil exportou 20,4 mil toneladas para a Indonésia, quase seis vezes mais que em 2019, quando foram exportadas 3,5 mil toneladas.

Por G1 Franca

Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil 

Relacionadas

Veja também

A Fazenda União do Brasil (FUB), localizada em Buri, SP, é um exemplo de como a verticalização pode transformar a produção pecuária
A propriedade destaca-se pela adoção de sistemas sustentáveis, como energia solar, pecuária de leite com pastejo rotacionado e produção de frutas orgânicas em Sistema Agroflorestal (SAF)
Em avanço histórico, estado identificou bovinos com dois brincos, sendo um visual e outro eletrônico, celebrando novo tempo de pecuária verde
Autorização vale para estados reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal como zonas livres de febre aftosa sem vacinação