A semana passada foi marcada pelo início da queda da demanda externa de milho brasileiro, pelo conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia e reaquecimento das exportações norte-americanas. Sendo assim, as cotações do milho na bolsa brasileira tiveram quedas expressivas, finalizando a semana cotadas a R$87,85 por saca (-2,93%) no contrato de março/23, ficando descolada da bolsa de Chicago, na qual terminou a sexta-feira (27) sendo cotada a U$6,83 o bushel (+0,89%) para o contrato de março/23.
O indicativo de preço CEPEA tem como referência as várias cidades no entorno de Campinas-SP. De acordo com isso, podemos observar uma diminuição nos preços do mercado físico.
Esse fato se dá, devido à atenção voltada para a safra de soja, e pelo motivo do milho verão ser mais voltado para o mercado interno.
O conflito entre Rússia e Ucrânia voltou a atrair atenções do mercado. Após o anúncio do envio de tanques de guerra dos EUA e Alemanha para a Ucrânia, a Rússia atacou o país ucraniano com
mísseis, em retaliação ao anúncio. Isso afetou o funcionamento do Porto de Odessa, que é o principal exportador do cereal do país. Esse cenário coloca em dúvidas a oferta do cereal para o mundo neste ano.
Em relação às exportações de milho norte-americano, houve um aumento de 28% em relação à semana anterior, atingindo em torno de 912 mil toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA). O México foi o principal comprador, representando 40% desse volume, e a China, o último, com apenas 71 mil toneladas.
O que esperar do mercado de milho?
De acordo com a previsão climática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), haverá chuvas volumosas para todo o Brasil. Esse cenário será favorável para as lavouras em desenvolvimento, mas pode
atrasar o plantio da safrinha 2023 diante do atraso na colheita da safra atual de soja. Para a Argentina, o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) sinaliza a continuidade de chuvas mais volumosas em boa parte do cinturão produtor. Caso todas essas condições se confirmem, poderá
haver contínua melhora nas condições das lavouras.
Nos EUA, o mercado já começa a olhar a expectativa de área para plantio do milho e soja. A safra norte-americana tem como diferença da brasileira o fato de plantar o milho e a soja em uma única safra
durante o ano, então, as culturas competem por área de plantio. Visto que o milho apresenta patamares melhores na relação custo/retorno, pode-se esperar então um aumento na área dedicada ao plantio de milho.
Sendo assim, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de desvalorização em relação à semana anterior, prevalecendo a queda da demanda externa.
Fonte: Grão Direto
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