Maçãs desta safra estão ainda mais doces e vermelhos devido a uma combinação favorável de condições climáticas, de alta amplitude térmica na fase final de formação dos frutos, com variações de calor intenso e frio, e um fim de ciclo de colheita encerrado antes do período de chuvas.
Esse sabor mais adocicado é característico da maçã brasileira. Na comparação com as importadas, a nossa fruta se destaca pela maior concentração em graus brix, índice que mede a doçura do fruto, que fica bastante destacada por níveis equilibrados de acidez — muito pela incidência de sol nos pomares. Essa conjunção costuma agradar o público interno, que é responsável por mais de 90% do consumo do que é produzido aqui. Os outros 10% são enviados para países como Índia e Bangladesh, entre outros mais de 30 destinos no Oriente Médio, na União Europeia, Reino Unido, Ásia e na própria América Latina.
Produção de maçãs concentrada no Sul do País
A produção está muito concentrada no Sul, sobretudo no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Atualmente, a maioria dos pomares fica nas cidades catarinenses de Fraiburgo e São Joaquim, e no município gaúcho de Vacaria, na região dos Campos de Cima da Serra. Na safra finalizada em maio, o RS respondeu por 54% do volume produzido, com o restante em SC.
Toda essa atividade, claro, movimenta muito a economia dessas regiões. Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), no país hoje há cerca de 33 mil hectares de pomares, com uma produção anual próxima a 1,35 milhões de toneladas. Este é um mercado que movimenta mais de R$ 7 bilhões anualmente e gera mais de 150 mil empregos diretos e indiretos.
De acordo com o IBGE, a maçã é a terceira fruta mais consumida no Brasil. E a cada dez unidades comercializadas por aqui, nove são nacionais — um cenário bem diferente do que tínhamos 40 anos atrás, antes de iniciarmos os trabalhos de fomento do setor. As tecnologias de armazenamento em câmaras frias, também garantem disponibilidade o ano todo.
Com o empenho de milhares de produtores e de toda a rede de beneficiamento, a maçã brasileira vem crescendo e é cada vez mais competitiva, reconhecida e gostosa — como mostram os frutos hoje disponíveis nos mercados para o consumidor. Um grande motivo para o país celebrar e saborear.
Por Moisés Lopes de Albuquerque – Diretor-Executivo ABPM
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