Lei do Pantanal é sancionada em MS com a presença de três ministros

21 de dezembro de 2023

A legislação entrará em vigor a partir de fevereiro de 2024.
Compartilhe no WhatsApp
Lei do Pantanal é sancionada em MS com a presença de três ministros

Em mais de 200 anos de exploração sustentável do Pantanal, esta é a primeira legislação voltada integralmente ao bioma. Entre as ações previstas no texto, estão o fundo de Conservação, limite para manejo da vegetação e regras específicas para a produção pecuária.

O evento teve a presença dos ministros do Desenvolvimento, Wellington Dias, do Meio Ambiente Marina Silva, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e foi realizado no Bioparque Pantanal, maior complexo de água doce do mundo.

Marina Silva ressaltou que o projeto de lei foi criado em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais. Para a ministra, o Brasil precisa se tornar um país economicamente próspero, socialmente justo e ambientalmente sustentável.

“A ciência diz que o Pantanal tem que ser protegido, e ele o tempo todo está ameaçado. Nós vamos tirar o que não pode, e vamos apoiar o que pode, porque a gente pode ser, ao mesmo tempo, uma potência hídrica, uma potência agrícola, uma potência florestal, gerar empregos, gerar renta, e o Brasil ser um lugar de exportar sustentabilidade”, ressaltou.

Simone Tebet, que é natural de Mato Grosso do Sul, defendeu que a lei conseguiu unir pautas ambientalistas com do agronegócio.

“A gente tem o Ibama sentado com o agronegócio, com o setor produtivo, com o governador que vem do agro, junto com uma ministra ambientalista. É essa beleza e essa união que vão fazer a diferença”, disse.

O texto foi aprovado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) na semana passada, com 23 votos favoráveis e apenas um contrário, o deputado João Henrique Catan (PL). Agora, a lei pode começar a valer em até 30 dias.

Veja abaixo 10 tópicos que se destacam no PL do Pantanal:

Conservação, proteção, restauração e exploração sustentável da Área de Uso Restrito da Planície Pantaneira (AUR-Pantanal);

Implementação de atividades “eventuais de baixo impacto ambiental”, como a conservação da fauna de áreas de campos nativos e implementação de trilhas para desenvolvimento do ecoturismo;

“Glossário” que explica as distinções entre termos usados frequentemente nas discussões legais sobre o Pantanal;

Regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados por população de baixa renda, observadas até a publicação da Lei Federal nº 11.977;

Presença extensiva do gado em pastagens nativas das Áreas de Proteção Permanente (APPS) dos rios, corixos, salinas e baías desde que não provoque a degradação da área;

Permissão para o pastoreio extensivo pelo gado nas áreas da Reserva Legal;

São vedadas as alterações no regime hidrológico e a construção de diques, drenos e barragens e outras formas de alteração da quantidade e da distribuição da água, exceto aquelas, previamente licenciadas pelo órgão ambiental;

Autorizado uso alternativo do solo em até 40% para manejo;

Criação do Fundo Estadual de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Pantanal;

Vedado o cultivo de soja, cana-de-açúcar, eucalipto e qualquer floresta exótica, que não seja em pequenas propriedades ou de posse rural familiar.

Por Dourados Agora

Leia outras notícias no portal Mundo Agro Brasil

Relacionadas

Veja também

Levantamento da Nagro Crédito Agro revela dados inéditos sobre idade, cultura, tamanho de propriedade e mais, destacando tendências do agronegócio entre 2022 e 2024  
Comitê de Mulheres da SRB leva delegação ao Women in Agribusiness Summit 2025, promovendo a presença feminina e a imagem do agro brasileiro no cenário internacional.
Documentário protagonizado por Carmen Perez, com a participação de Temple Grandin e do prof. Mateus Paranhos terá uma sessão exclusiva para convidados na noite de 25 de Março. A empresária e diretora da Planalto Tratores, Priscilla Nunes Cunha é co-anfitriã da première em Goiânia, acredita no projeto e é a responsável por levar o filme para o Cinex do Oscar Niemeyer.
Governo do Estado investiu R$ 13,5 milhões em programa exclusivo para startups paulistas, que oferece capacitações, mentorias e uma conexão direta com o mercado